Apoiada pelo governo, CPMI do 8 de janeiro não deve atrasar votações importantes

Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso, fará a leitura do pedido de abertura da CPMI que investigará os atos de 8 de janeiro

Da redação

Com a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro, considerada inevitável, a expectativa, agora, é pelo efeito sobre as votações importantes, sobretudo para o governo. O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), diz que não haverá atrasos.

Na próxima quarta-feira (26), Pacheco vai ler, no Plenário do Senado, o pedido para a instalação da CPMI, agora, com o apoio até do governo, antes resistente por temer o atraso de votações importantes, a exemplo da análise do arcabouço fiscal apresentado pela equipe econômica de Lula.

“Isso não altera nada do calendário. No dia 26, vai acontecer aquilo que deveria ter acontecido no dia 18, que é a leitura da CPMI. Nunca me furtei a isso, em qualquer circunstância. Seria esse o encaminhamento mesmo na leitura da CPMI, considerando que ela preenche os requisitos”, disse Pacheco.

Instalada, a CPMI terá 32 membros, dos quais 16 são do Senado e outros 16, da Câmara. Os blocos e partidos com mais parlamentares têm direito a mais integrantes. A maioria escolhe o presidente, vice e relator.

No Senado, o governo está confiante em ter maioria com folga e prevê ficar com 11 das 16 cadeiras. Na Câmara, a posição dos dois grandes blocos políticos, formados recentemente e que racharam o centrão, será fundamental.

O maior grupo partidário da Câmara tem influência do presidente da casa, Arthur Lira (Progressistas), com quem governistas têm buscado aproximação.

A oposição propôs a CPMI com a tese de que os atos de oito de janeiro tiveram conivência do atual governo. A divulgação das imagens do então chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, no Planalto, no dia da invasão, reforçou o argumento.

E foi com as mesmas imagens que o governo passou a ver a CPMI como uma forma de se chegar aos financiadores dos atos, até porque a comissão tem poder para quebrar sigilos bancários e telefônicos.

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