O temporal, que chegou a deixar 2,1 milhões de pessoas sem luz na Grande São Paulo, expôs, mais uma vez, deficiências e muita demora no tempo de resposta da companhia. Do alto, o Jornal da Band flagrou dezenas de viaturas da Enel paradas no pátio da empresa, na Zona Sul da capital paulista.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o número de funcionários para atender emergências, que deveria ser de 2,5 mil, ficou abaixo do esperado e pode haver punições.
Desde 2018, a Aneel já aplicou mais de R$ 320 milhões em multas para a concessionária. A empresa recorreu e não pagou boa parte desse valor. O contrato da Enel vai até 2028; se for rompido, não há certeza de que outras empresas teriam condições de passar a fazer o serviço rapidamente.
A empresa disse que o temporal de sexta-feira causou danos graves na rede de transmissão e que vai ser preciso trocar quilômetros de cabos, postes e outros equipamentos. O presidente da Enel prometeu aumentar os investimentos.
"O investimento está indo para a tecnologia da rede, que evita termos que ir a campo para restabelecer um cliente. Por ter tecnologia na rede, conseguimos isolar a região para impactar menos clientes. Também é importante para detectar as falhas na rede", informou a Enel.
O ministro de Minas e Energia deu três dias para a Enel resolver o problema. A empresa declarou que irá cumprir o prazo. Alexandre Silveira afirmou também que as distribuidoras vão ser penalizadas se não tiverem planejamento diante de eventos climáticos extremos.
“É evidente que o mundo passa por eventos climáticos severos e a distribuidora tem que se precaver com planejamento em relação a esses eventos. Não é possível esse setor ser reativo", afirmou o ministro de Minas e Energia.