A pobreza infantil diminuiu desde 2019, mas ainda atinge quase 32 milhões de crianças e adolescentes no Brasil, segundo o novo relatório "Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil", que foi divulgado pelo UNICEF nesta terça-feira, 10 de outubro, na semana do Dia da Criança.
A falta de saneamento, renda ou alimentação adequada afetam principalmente a aprendizagem. Por isso, o analfabetismo entre crianças aumentou em 20%, atingindo 40% dos menores de idade no país.
Para a professora Karla Rocha, a razão para o aumento é a pandemia de Covid-19. “Muitas crianças ficaram apáticas na aula por causa da fome ou por condições psicológicas decorrentes das condições sociais”, disse.
O desafio foi ainda maior com a necessidade de recompor a aprendizagem prejudicada pela pandemia, como explica o especialista em políticas sociais do UNICEF, Santiago Varella. “A criança não volta do ponto onde parou nos estudos, o processo de aprendizagem é lento”, diz.