A Advocacia-Geral da União reagiu à onda de notícias falsas após o transplante do apresentador Fausto Silva. O órgão determinou que a Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia identifique e puna quem disseminou as informações mentirosas sobre Faustão.
Pelo Twitter, o ministro da AGU, Jorge Messias, afirmou estar preocupado com as notícias falsas sobre o transplante que Faustão passou. "Tem causado preocupação a grande quantidade de fake news sobre o Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Determinei a Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD) que avalie a situação e atue de imediato na proteção dessa importante política pública para o país", escreveu.
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O Brasil, que tem o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, é garantido a toda a população por meio do SUS, que financia 88% dos transplantes no país.
Alexandre Padilha, ministro de Relações Institucionais e ex-ministro da Saúde, explicou como funciona o Sistema Nacional de Transplantes. "Temos um sistema que é organizado a partir de uma lista, com critério de gravidade, critério de compatibilidade, disponibilidade daquele órgão, de condições do paciente. Só na última semana, 11 pessoas fizeram sempre seguindo essa ordem de prioridade e compatibilidade do órgão", explicou.
No caso de Faustão, em razão do estado de saúde grave dele, o apresentador foi automaticamente para o grupo que recebe prioridade. Quando o órgão ficou à disposição, o SUS encontrou 12 potenciais pacientes que atendiam aos requisitos para receber o coração. Entre eles, quatro com prioridade e Faustão era o segundo.
Mas as condições clínicas necessárias para o transplante não têm privilégios por ser personalidade pública, ou pela condição financeira. Segundo o painel do Sistema Nacional de Transplantes, quase 400 pessoas aguardam um novo coração no Brasil.