O ataque ao aeroporto de Cabul, capital do Afeganistão, na última quinta-feira (27) deixou mais de 180 mortos e 200 feridos, entre civis e militares dos Estados Unidos. Com isso, em meio clima de medo e de ameaça de novos atentados, os hospitais estão superlotados.
Entre afegãos e estrangeiros nas instituições de saúde, quem sobreviveu começa a ter pequenas lembranças da tragédia.
“Quando eu acordei eu pensei que só eu tinha sobrevivido. Eu vi que todos do meu lado estavam mortos”, conta Nazir Ahmand.
Além de terem passado pelo trauma do atentado, agora as famílias também precisam lidar com a dor de reconhecer os corpos. Funerais são realizados durante todo o dia.
Apesar do ataque, as aglomerações na região do aeroporto de Cabul não diminuíram, com afegãos tentando um voo para deixar o local. Mais de 12 mil saíram do país nas últimas horas.
Há também os que tentam a saída por terra e seguem rumo à fronteira com o Paquistão, apesar de ela estar fechada. O movimento lá dobrou nesta sexta-feira (27).
Estado Islâmico à solta
Um grupo conhecido como Isis-K, o Estado Islâmico da Província de Khorasan,, assumiu a autoria dos ataques. Eles ganharam força no país depois que os rivais do Talibã retomaram o controle de Cabul.
Assim, milhares de terroristas do Estado Islâmico à solta, depois de fugirem de duas prisões locais depois que as forças nacionais do país entraram em colapso, segundo o Pentágono. Esse é o problema imediato que ameaça o novo poder do Talibã e as forças ocidentais que ainda estão no Afeganistão.
Na última quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, jurou vingança contra grupo terrorista e prometeu contra-atacar, mas foi alvo de críticas.
Correndo contra o relógio e novas ameaças terroristas, o democrata segue com a promessa de completar a missão de retirada até a próxima terça (31) - prazo final dado pelo Talibã.