Advogado de Bolsonaro nega ter recomprado relógio Rolex, mas PF menciona recibo

Advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Frederick Wassef disse que não recomprou relógio de luxo, mas PF diz ter recibo com nome dele

Da redação

Advogado de Bolsonaro nega ter recomprado relógio Rolex, mas PF menciona recibo
Frederick Wassef
Reprodução

O advogado Frederick Wassef, ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), negou ter participado da operação de recompra de um relógio de luxo que o ex-presidente ganhou de presente. Por outro lado, a Polícia Federal (PF) menciona a existência de um recibo da recompra da peça em nome do defensor.

Apurações da Band destacam que as declarações de Wassef sobre a recompra do Rolex, presente dado ao então presidente Bolsonaro, irritaram a PF. O advogado classificou as acusações como “calúnia, mentira e armação”

Delegados definiram a nota dele como “absurda e risível”, pois reforçam que têm um recibo assinado por Wassef de quando esteve na loja Precision Watches, na Pensilvânia, Estados Unidos, para recomprar o relógio que havia sido vendido. Além disso, os investigadores relatam a dinâmica das mensagens recuperadas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência envolvido no esquema.

Nas mensagens obtidas pela PF, no dia 14 de março, Cid pergunta a Wassef: “E aí?”. O advogado responde: “Toquei solo agora”. Na sequência, mandou uma foto do avião.

Ainda de acordo com a PF, Wassef retornou ao Brasil no dia 29 de março com o relógio, entregue dias depois a Cid, repassado, em seguida, a Osmar Crivelatti, assessor de Bolsonaro. Na sequência, o Rolex foi devolvido à Caixa Econômica Federal por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU).

Em nome de Cid, uma ordem de pagamento mostra que ele recebeu 68 mil dólares pelo Rolex e também por um relógio Patek Philippe.

De acordo com a investigação, a operação de recompra saiu cara. Só o Rolex custou cerca de 75 mil dólares. Os agentes apuram se a diferença foi paga por Wassef. O advogado nega, mas a PF quer a quebra de sigilos dele.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), poderá decretar a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Ela, inclusive, contratou um advogado criminalista, cuja defesa informou, em nota, que ela desconhece a ocorrência de ilicitude.

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