Condenado por matar a filha de dois anos em 2002, Robert Roberson ficou a 90 minutos de receber a injeção letal. Ele, que está há 20 anos no corredor da morte, recebeu uma liminar para que prestasse outro depoimento a um comitê da Câmara de Deputados do Texas, que avalia o caso.
Na época da condenação, a promotoria alegou que Roberson sacudiu a criança de forma violenta, causando graves lesões cerebrais. Ela morreu no hospital. O pai sempre alegou inocência, e disse que a menina se machucou ao cair da cama.
O quadro clínico de Nikki e a falta de emoção de Roberson durante o depoimento foram elementos-chave para a condenação, mesmo após um diagnóstico de autismo no réu. Nos últimos 20 anos, a defesa colecionou derrotas na Justiça, na tentativa de anular a condenação. Mas a pressão contra a sentença de morte cresceu quando o investigador do caso reconheceu que errou ao pedir pela prisão de Roberson.
Com isso, um acordo raro foi visto no congresso texano. Pressionados por ONGs de direitos humanos, Republicanos e Democratas aprovaram de forma unânime uma moção pedindo a suspensão da execução de Roberson e o depoimento da próxima semana. Novos estudos apontam que as lesões na criança correspondem a um quadro de pneumonia e não a traumas na cabeça.
Pela lei do Texas, o governador Gregg Abott pode suspender apenas uma vez — e por somente 30 dias — a execução de alguém no corredor da morte. Um pedido de clemência já foi negado por um comitê estadual — indicado pelo governador.
Homem é acusado de matar a própria filha
Reprodução/Jornal da Band