Acusado de matar própria filha no corredor da morte há 20 anos tem execução suspensa; entenda

Diagnosticado com autismo, defesa alega que modo de se expressar de Robert Robertson em depoimento não era determinante para condenação

Por Eduardo Barão

Acusado de matar própria filha no corredor da morte há 20 anos tem execução suspensa; entenda
Homem é acusado de matar a própria filha
Reprodução/Jornal da Band

Condenado por matar a filha de dois anos em 2002, Robert Roberson ficou a 90 minutos de receber a injeção letal. Ele, que está há 20 anos no corredor da morte, recebeu uma liminar para que prestasse outro depoimento a um comitê da Câmara de Deputados do Texas, que avalia o caso. 

Na época da condenação, a promotoria alegou que Roberson sacudiu a criança de forma violenta, causando graves lesões cerebrais. Ela morreu no hospital. O pai sempre alegou inocência, e disse que a menina se machucou ao cair da cama. 

O quadro clínico de Nikki e a falta de emoção de Roberson durante o depoimento foram elementos-chave para a condenação, mesmo após um diagnóstico de autismo no réu. Nos últimos 20 anos, a defesa colecionou derrotas na Justiça, na tentativa de anular a condenação. Mas a pressão contra a sentença de morte cresceu quando o investigador do caso reconheceu que errou ao pedir pela prisão de Roberson. 

Com isso, um acordo raro foi visto no congresso texano. Pressionados por ONGs de direitos humanos, Republicanos e Democratas aprovaram de forma unânime uma moção pedindo a suspensão da execução de Roberson e o depoimento da próxima semana. Novos estudos apontam que as lesões na criança correspondem a um quadro de pneumonia e não a traumas na cabeça.

Pela lei do Texas, o governador Gregg Abott pode suspender apenas uma vez — e por somente 30 dias — a execução de alguém no corredor da morte. Um pedido de clemência já foi negado por um comitê estadual — indicado pelo governador.

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