O tão esperado acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas ficou travado nas últimas horas e pode ser adiado. Segundo Israel, nenhum refém deve ser liberado até sexta-feira (24) – o prazo anterior previa o início da liberação dos primeiros reféns nesta quinta (23).
Dado como sacramentado, o acordo entrou em dúvida em Israel. Até lá, os bombardeios devem seguir na Faixa de Gaza.
Se o acordo inicial entrar em vigor, nos quatro dias previstos de cessar-fogo, serão 50 reféns liberados de forma gradual: de 12 a 13 por dia. Todos são mulheres e crianças.
O plano será feito em etapas. O Hamas vai entregar os reféns para membros da Cruz Vermelha, e só depois serão transferidos para as Forças Amadas de Israel. Do território palestino, eles serão transferidos para hospitais israelenses.
Do outro lado, Israel também concordou em libertar 150 palestinos que estão presos no país. Mulheres e menores de idade também são prioridade.
Israel estima que 240 pessoas foram raptadas nos ataques de 7 de outubro, entre civis e militares. Mas não se sabe quantos ainda estão vivos e o estado de saúde deles.
A comunidade internacional vê com bons olhos esse cessar-fogo. Existem agora diversos esforços para maximizar essa pausa temporária nos bombardeios, principalmente para enviar ajuda humanitária aos civis da Faixa de Gaza. Foi isso que prometeu a União Europeia que já aprovou um pacote de o equivalente a mais de 500 milhões de reais.
Essa pausa vai permitir também que aumentem os trabalhos pra encontrar pessoas presas nos escombros. São cerca de 2 mil desaparecidos na Faixa de Gaza.
O cessar-fogo pode ser estendido além desses quatro dias. Israel disse que para cada grupo de 10 reféns liberados - além desses 50 já confirmados - irá aumentar a trégua em 1 dia e ainda liberar mais prisioneiros palestinos, sempre na proporção de 3 pra 1.
O premiê israelense, Benjamim Netanyahu, diz que esse não é o fim da guerra. E que assim que o acordo acabar, os bombardeios voltam até que o Hamas, segundo ele, seja varrido do mapa.
Nos dois lados, há sentimentos distintos sobre a trégua. Um grupo de israelenses apelou para a Suprema Corte contra a libertação de prisioneiros palestinos, alegando que o governo irá soltar terroristas. Do outro lado, familiares ansiosos protestam enquanto esperam notícias de seus parentes.