Acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas será dividido em três fases; entenda

Pausa no conflito prevê a soltura de reféns israelenses, a libertação de prisioneiros palestinos e a retirada parcial das tropas de Israel em Gaza

Eduardo Barão

Israel e Hamas finalmente chegaram a um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. A pausa no conflito prevê a soltura de reféns israelenses, a libertação de prisioneiros palestinos e a retirada parcial das tropas de Israel em Gaza.

O acordo nem tinha sido anunciado oficialmente e a comemoração tomou as ruas de Israel e de Gaza. Em Tel Aviv, famílias emocionadas se abraçavam, esperando finalmente o retorno dos reféns. Em Gaza, muita música e dança para celebrar uma pausa nos bombardeios - que são diários.

São 15 meses de guerra. O ataque do Hamas naquele sete de outubro matou quase mil e duzentas pessoas e fez 251 reféns. A reação de Israel gerou um massacre desproporcional: mais de 46 mil mortes até hoje.

Neste período, só um houve um cessar-fogo, de uma semana, em novembro de 2023. Quando 105 reféns israelenses foram trocados por 240 prisioneiros palestinos. De lá para cá foram várias tentativas que falharam. Sempre com um lado culpando o outro pelo fracasso.

Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, foi o primeiro líder a confirmar o cessar-fogo. Ele postou no X: “Temos um acordo para os reféns no Oriente Médio. Eles serão libertados logo”

À noite, no Oriente Médio, o primeiro-ministro do Catar, Jassim Al Thani, confirmou o acordo. A primeira fase da pausa vai durar 42 dias e pode começar já no domingo.

Prevê a troca de 33 reféns israelenses: um grupo com doentes, homens com mais de 50 anos, crianças e mulheres. Do lado palestino, centenas de prisioneiros serão libertados em Israel. Além disso, a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, deve ser reaberta para a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Duas semanas depois, se nenhum dos lados quebrar o acordo, uma nova fase começa, com mais reféns e prisioneiros livres. E, por fim, num terceiro estágio, o Hamas liberaria os corpos de reféns mortos.

Esse acordo saiu aos 45 minutos do segundo tempo do governo Biden. Grande parte das negociações foram lideradas pelo time do atual presidente americano. Mas nos bastidores foi um enviado de Trump, que assume a presidência na próxima segunda-feira, que pressionou Israel a aceitar o acordo. 

Steve WitKoff, um empresário judeu no ramo de imóveis, é amigo de Trump e não um diplomata. Segundo a imprensa americana, ele colocou peso e influenciou Netanyahu a aceitar termos que vinha recusando, como a retirada das tropas das principais cidades de Gaza.

Soldados israelenses vão ter um limite de área, próximo a fronteira, onde poderão operar dentro do território palestino. Com a pausa na guerra, começa um novo conflito. Agora político, dentro de Israel.

Tópicos relacionados

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.