Acidentes com motoristas de aplicativo ligam alerta sobre excesso de trabalho

Acidente com o influenciador Rodrigo Mussi foi causado pelo motorista ter dormido ao volante

Por Rodrigo Hidalgo

A categoria afirma que os profissionais têm atuado sob esgotamento pelas longas jornadas
Ederson Nunes/CMPA

O motorista de aplicativo do acidente com o influenciador Rodrigo Mussi prestou novo depoimento. Kaique Faustino Reis saiu da delegacia junto com o advogado. Logo depois do acidente, o motorista admitiu que dormiu ao volante enquanto quando levava o influenciador Rodrigo Mussi para casa. 

Ele reforçou em depoimento que Rodrigo não usava cinto de segurança no banco de trás. As imagens de uma câmera de segurança mostraram impacto da batida. Rodrigo passou por cirurgias e segue internado. O estado de saúde dele é considerado delicado. A polícia investiga o motorista por lesão corporal culposa, quando não há a intenção.

Outro motorista de aplicativo acabou ferido em um acidente em Santo André, na Grande São Paulo. De acordo com testemunhas, ele teria dormido ao volante. 

No fim de semana, mais um caso parecido, na mesma cidade, dessa vez, o motorista de aplicativo morreu depois de bater o carro contra um poste. 

Esse tipo de acidente acende a discussão sobre as condições de trabalho dos motoristas de aplicativo no país. A categoria afirma que os profissionais têm atuado sob esgotamento por causa do preço dos combustíveis e dos valores que recebem pelas corridas.

Motoristas ouvidos pela reportagem do Jornal da Band, afirmaram também que além do trabalho no volante, têm outras funções para complementar a renda. Essa jornada dupla e às vezes até tripla, pode causar acidentes no trânsito.

A Uber disse em nota que limita o uso do aplicativo pelos motoristas por até 12 horas de trabalho. A 99 informou que é uma plataforma que realiza a intermediação de viagens, conectando passageiros e motoristas parceiros autônomos. Dessa forma, os serviços são prestados de forma livre, sem a obrigatoriedade de cumprimento de horário e jornada. O motorista parceiro pode utilizar mais de uma plataforma de transporte, portando, ficando livre para definir seu tempo de trabalho.

“Respeitadas esta autonomia e liberdade na execução e prestação de serviços, a plataforma conta com políticas por meio de seu Guia da Comunidade, que  sugere que motoristas parceiros façam pausas durante o período em que dirigem pela 99. O aplicativo permite ainda que o parceiro fique offline quando não quiser receber solicitações de corridas, sem nenhuma restrição para essas pausas”, disse a empresa em nota.

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