Acampamento na Cordilheira dos Andes une contemplação e aventura na Argentina

Local repleto de neve e distante da civilização faz o turista sentir a magia da natureza

Por Sérgio Gabriel

Um acampamento no meio dos Andes, distante da civilização, é um dos principais pontos turísticos da Argentina para quem curte contemplar a natureza. A neve tem algo mágico, contagioso, meditativo, e de contemplação diária num cenário que muda todos os dias.

Muito além dos esportes de inverno, chamariz para o Oeste da Argentina, as montanhas nevadas também trazem outros tipos de experiências selvagens e particulares. 

O Jornal da Band visitou um acampamento no meio da Cordilheira dos Andes, vencendo 400 metros de elevação sem escorregar. O acampamento fica numa região que antes da chegada dos espanhóis era habitada pelos indígenas Pehuenches. São cinco barracas chamadas de domos que lembram os acampamentos dos alpinistas na base das montanhas, mas com alguns luxos. Dois domos são habitações com dois quartos com camas.

“ Os hóspedes que nos visitam têm uma experiência em plena Cordilheira dos Andes, onde é possível mesclar esse entorno magnífico com a excelente gastronomia e os vinhos mendocinos”, diz Alejandro Rodriguéz, dono do acampamento. 

Há também um domo onde funciona a cozinha e outro comunitário para as refeições. Para manter a temperatura eles são revestidos por PVC por fora e polipropileno expandido por dentro. Painéis de energia solar e geradores garantem LUZ e calor durante o dia.

Acampamento é ponto de partida para aventuras

O local chama a tenção de esquiadores de todo o mundo, que aproveitam o verão na Europa para esquiar no inverno argentino. É o caso destes dois esquiadores, um americano e um inglês. Eles rodam o mundo em busca da neve perfeita. A felicidade explode quando eles encontram a montanha.

“Você tem o deserto há quarenta minutos daqui. E quando a gente chega na montanha e toda essa neve. É inacreditável”, diz um dos esquiadores. Para os menos radicais, a montanha reserva as histórias dos povos originários.

 Paco Ramos, guia de trekking, conta um pouco mais da tribo que morava na região. “Esse lugar tem o nome da tribo que vivia aqui, que eram os Pehuenches. Eram tribos nômades, só viviam no verão aqui. No inverno não passavam aqui. Montavam acampamentos com grandes barracas com couros de animais", conta.

E na época que os indígenas estavam por aqui havia muito mais neve. A cada ano a quantidade vem diminuindo com o aumento da temperatura. As mudanças climáticas têm impacto direto para quem vende a experiência do inverno nas montanhas. 

Alejandro, dono do acampamento, diz que a mudança no clima é alarmante. “Nesta época, em anos anteriores, estaríamos com 20, 25 graus abaixo de zero e hoje estamos com 3, 4 graus positivos. É alarmante... Temos também menos queda de neve”, diz. 

“Em anos anteriores teríamos em média 3 metros de neve, hoje temos 2 metros na base e nos anos anteriores 5 metros. Este também é um lugar para que as pessoas tenham consciência do impacto das mudanças climáticas”, completa Alejandro. 

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