Nesta quarta-feira (2), foi a vez de a infectologista Luana Araújo ser ouvida na CPI da Pandemia. Ela disse que o governo desistiu de nomeá-la e criticou o chamado tratamento precoce. As informações são do Jornal da Band.
A ex-secretária de enfrentamento à Covid ficou no cargo por apenas 10 dias, porque é contra o uso de remédios sem eficácia comprovada pela ciência para combater a doença. Na CPI, deixou clara a posição.
“Essa é uma discussão delirante, esdrúxula, anacrônica e contraproducente, porque nós ainda estamos aqui discutindo uma coisa que não tem cabimento. É como se a gente estivesse escolhendo de que borda da Terra plana a gente vai pular”, criticou.
Os senadores governistas argumentaram que os efeitos da cloroquina em laboratório são bons. A médica lembrou, no entanto, que, na vida real, as coisas são bem diferentes.
“Se eu pegar essa placa, essa cultura viral, e botar no micro-ondas, os vírus vão morrer. Mas não é por isso que eu vou pedir para o paciente entrar no forno duas vezes por dia”, argumentou.
A infectologista afirmou que os médicos não têm salvo-conduto para prescrever o que quiserem. Os limites, disse, são a ciência, a ética e a responsabilidade.
Na semana passada, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu que a infectologista não ficou no cargo porque, para a função pública, é preciso validação técnica e política.
A CPI se reúne novamente na próxima terça-feira (8) para ouvir o ministro Queiroga, que foi reconvocado.