63% das vítimas de feminicídio no Brasil são mulheres negras e periféricas

Vítimas costumam ter entre 18 e 44 anos e são mortas, na maior parte dos casos, em casa

Olívia Freitas

Três casos de feminicídios foram registrados em São Paulo em um intervalo de 12 horas. As vítimas têm algo em comum: são de regiões periféricas. Segundo estatísticas, mulheres negras e que vivem em periferias estão mais vulneráveis a esses crimes. 

Uma das vítimas tinha 25 anos e deixou três filhos. Ela foi esfaqueada e jogada pela janela da casa em que morava na frente do filho mais velho, de 8 anos. O assassino, marido de Kauane Ribeiro, foi preso em flagrante. 

Em 12 horas, poucos quilômetros separaram três histórias com o mesmo desfecho: mulheres jovens assassinadas a facadas pelos companheiros ou ex-companheiros. 

Além de Kauane, Thainá Bueno, de 29 anos, foi esfaqueada pelo ex-companheiro ao atende-lo no portão da sua casa, no Campo Limpi, zona sul de São Paulo. Uma vizinha tentou ajuda-la e atacou o agressor com paus, mas ele conseguiu fugir. 

Em Carapicuíba, na região metropolitana da capital, Neusa da Silva, de 43 anos, também foi morta a facadas pelo ex-marido. Ela estava com a filha, passando pela rua, quando foi atacada. Depois do crime, o homem foi contido por moradores e também foi morto. 

Na capital paulista e região metropolitana, entre janeiro e novembro do ano passado, foram 226 mortes por feminicídio. O dado representa um aumento de 31 casos se comparado ao mesmo período do ano anterior. Em 2023, em todo o país, mais de 1,4 mil mulheres foram assassinadas.  

Para escapar desta estatística, é necessário, antes, romper o ciclo da violência doméstica. Não se faz isso sem uma rede de apoio, seja financeira, social ou familiar. As mulheres mais pobres, também as mais vulneráveis, são as principais vítimas desse tipo de crime. 

Cerca de 63% das vítimas de feminicídio no país são mulheres negras e têm entre 18 e 44 anos. Elas são mortas, na maior parte dos casos, em casa. 

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