Acidentes domésticos podem ter consequências e ninguém está imune a eles. Segundo o Ministério da Saúde, a cada 10 pessoas que chegam feridas em hospitais, quatro se acidentaram em casa.
É o caso do pediatra Paulo Teles, que acostumado a atender vítimas de acidentes domésticos, viu a história acontecer na própria casa enquanto os filhos tomavam banho. “A porta quebrou e é assustador porque o vidro cai de uma forma abrupta inteirinho. Então, é um barulho enorme, sangue, as crianças chorando, desesperadas”, conta.
Entre 2020 e 2021, com crianças mais tempo em casa, devido à pandemia de Covid-19, mais de 1600 pequenos morreram por acidentes domésticos, foram cerca de 80 mil internações em 2022. Para Sarah Raul, vice-presidente do departamento de segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria, é uma questão de saúde pública. “É uma questão muito séria, podemos considerar os acidentes na infância uma epidemia”, aponta.
As principais ocorrências são quedas, queimaduras e intoxicação. A cozinha, o banheiro e as escadas aparecem como os locais mais perigosos. 90% dos casos, no entanto, poderiam ser evitados com medidas simples de prevenção.
Na cozinha, além das panelas, cuidado com líquidos fervendo e objetos cortantes devem ficar fora do alcance das crianças. O mesmo vale para medicamentos e produtos de limpeza, além de ser necessário colocar proteção nas janelas e barreiras em tomadas. No banheiro, no box de vidro, uma película de proteção aumenta a segurança.
“Cada idade tem um risco, então, os acidentes vão variando conforme a idade da criança, a condição de desenvolvimento que ela tem. E acontece sem a gente pensar. É um segundo e isso acaba acontecendo”, explica Paulo Telles.