Jornais internacionais falam em trégua no conflito Israel x Hamas

A guerra chegou ao momento decisivo em que o comando do Hamas está cercado em seus túneis por Israel

Por Moises Rabinovici

Israel bombardeia campo de refugiados em Gaza
Reprodução/Reuters

Um repórter israelense famoso por notícias exclusivas e verdadeiras, Barak Raviv, escreveu que o presidente Biden pediu três dias de trégua ao primeiro-ministro Netanyahu, e em troca o Hamas libertaria de 10 a 15 reféns dos cerca de 240 capturados em Israel em 7 de outubro.

Netanyahu recusou o pedido porque, em 2014, ao aceitar uma trégua humanitária igual, o Hamas aproveitou para atacar um grupo de soldados, sequestrou um deles e matou alguns outros. O número de reféns a serem libertados também foi considerado pequeno pelo governo israelense.

Se Netanyahu não quer a trégua, os jornais internacionais, sim, já a aderiram, pelo menos até que surja uma grande novidade.

Hoje, nos EUA, a imprensa está voltada para o resultado das eleições regionais. No Reino Unido, as capas destacam o primeiro discurso do Rei Charles, com a pompa que tanto agrada aos britânicos. Em Portugal é a súbita demissão do primeiro-ministro António Costa, por suspeita de corrupção. Na Austrália, fotos de cavalos substituíram as explosões em Gaza: tempo de corridas.

O Libération, francês, voltou à esquecida guerra na Ucrânia. A China abriu a sua grande feira internacional em Xangai. Três jornais europeus, o Berlim Kurier, o belga Le Soir e o suíço Tribune de Genève, passaram para uma das consequências do ataque de Israel ao Hamas — o crescente antissemitismo na Europa.

A guerra chegou ao momento decisivo em que o comando do Hamas está cercado em seus túneis por Israel. E que uma frase de Netanyahu, a de que terá que manter uma presença em Gaza para não ser de novo surpreendido pelo terror, foi contestada por vários líderes mundiais, a começar por Joe Biden.

Imagens geradas por IA

Essas fotos de Gaza que você vê aqui são todas geradas por Inteligência Artificial. Mas não só: elas estão à venda na gigante e respeitada Adobe. O comprador teria que, ao publicar uma delas, creditá-la como criação de IA, e não o faz, na maioria dos casos. Os usuários desse serviço da Adobe Stock são pequenas publicações. O jornal australiano Crikey fez uma pesquisa e encontrou essas imagens disseminadas na web — ou seja, no mundo todo. É a difusão por copia+cola.

E aí eu cito o professor da Universidade do Sul da Califórnia, Wael Abd-Almageed, que disse, numa entrevista ao jornal Washington Post: "Quando a linha que separa a verdade da falsificação for rompida, tudo se tornará falso. Não poderemos acreditar em nada."

Tópicos relacionados

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.