Israel x Hamas: cresce perspectiva de ampliação dos ataques

O papel do Líbano, Arábia Saudita, Egito e Irã está no centro das discussões

Por Norah Lapertosa

A escalada da violência e a crise humanitária nos territórios israelense e palestino se agravam a cada dia. Na segunda semana da guerra entre Israel e o Hamas cresceu a perspectiva de ampliação dos ataques e o medo de um conflito generalizado no Oriente Médio. Neste contexto, o papel do Líbano, Arábia Saudita, Egito e Irã está no centro das discussões.

No Líbano, as atenções estão voltadas para uma possível ação do grupo radical Hezbollah, organização política e paramilitar xiita, apoiada pelo Irã e que ataca e sofre ataques de Israel. 

Diogo Bercito, mestre em estudos árabes pela Universidad Autónoma de Madrid e pela Universidade Georgetown, explica que Israel já esteve em guerra aberta com o Hezbollah em 2006, e ao que tudo indica existe um aquecimento das relações na fronteira entre Israel e Líbano.

Na Arábia Saudita, a suspensão das negociações para a normalização de relações com Israel, e um contato direto com o Irã, indica uma mudança de foco na política. “Desde o começo da guerra, desde o começo dos ataques israelenses em Gaza, é cada vez mais improvável que a Arábia Saudita aceite essa aproximação pública com Israel”, afirma Bercito.

No Egito, é forte a pressão internacional para abertura da fronteira com a Faixa de Gaza e Rafah, caminho que pode garantir rota de fuga para os civis palestinos e estrangeiros.

Por último, o Irã, considerado o maior inimigo de Israel no Oriente Médio, emitiu declarações de que, caso o governo israelense não pare os ataques contra a Gaza, as forças iranianas deveriam reagir. Bercito afirma que o Irã é um país desestabilizador e o grande interesse desse país é fomentar episódios de instabilidade.

Ao promover um ataque terrorista no dia 7 de outubro, o Hamas provocou uma série de consequências e um eventual cenário de guerra ampliada.

Uriã Fancelli, mestre em Relações Internacionais pelas Universidades de Groningen e Estrasburgo explica que dependendo de como for a entrada por terra de Israel na Faixa de Gaza, “se for um banho de sangue” que é previsto por muitos especialistas, pode haver a entrada desses outros atores nesse conflito de maneira mais direta.

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