Moises Rabinovici

Israel vai vingar a morte dos reféns. Como? Onde? O Hamas está sob ataque há 11 meses

Por Moises Rabinovici

Israel vai vingar a morte dos reféns. Como? Onde? O Hamas está sob ataque há 11 meses
REUTERS/Hatem Khaled

Israel deve retaliar o assassinato dos seis reféns encontrados num túnel de Gaza. O governo se reuniu na noite desta quinta-feira para decidir como e onde porque o Hamas já está sob ataque feroz há 11 meses. O premiê Netanyahu disse, durante a semana, que poderia cortar os suprimentos vitais que entram nos túneis, mas e os cerca de 60 a 70 reféns vivos? A punição os atingiria.

Entre cartas aos jornais, uma se destacou: a de um homem sugerindo colocar num “corredor da morte” os prisioneiros palestinos que o Hamas quer trocar pelos reféns israelenses. Em sua maioria, são condenados à prisão perpétua por assassinatos de israelenses. Ele foi mais longe ao sugerir ainda que a execução de um refém equivaleria a de um prisioneiro.

Autoridades dos EUA disseram a um repórter do jornal New York Times que o impasse sobre quem libertar das cadeias de Israel, e quantos em troca de cada refém, é um impasse maior que o do Corredor Filadélfia, que Israel quer patrulhar com tropas, e o Egito e o Hamas dizem não.

O embaixador dos EUA em Jerusalém, Jack Lew, revelou que uma nova proposta de cessar-fogo está 90% pronta, e pode ser apresentada ainda esta semana. Mas não há otimismo. Ao contrário: o Hamas divulgou “novas instruções” para matar reféns se tropas israelenses se aproximarem dos cativeiros. Do outro lado, Israel ganha apoio para não fazer concessões depois do assassinato dos reféns, para não “premiar” os assassinatos do Hamas.  

O presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris debateram na Casa Branca, com seus principais assessores, os rumos para o acordo de cessar-fogo e libertação de prisioneiros rejeitado várias vezes pelo Hamas e Israel. Agora, o Hamas quer mais prisioneiros palestinos em troca dos reféns. Antes, eles estavam fixados em 150 por 1. “Continuamos a pensar que o acordo é a única forma de salvar as vidas dos reféns e parar a guerra.” As execuções, acrescentou a fonte da Casa Branca, “não só aumentaram nosso sentido de urgência, como também puseram em causa a vontade do Hamas por um acordo de qualquer tipo”.

Para Netanyahu não há acordo algum em fase de finalização. Ele o disse ao programa “Fox and Friends”, da TV Fox, acrescentando que suas linhas vermelhas “ficaram ainda mais vermelhas”. Revoltado com a reação mundial contra ele, Netanyahu está se defendendo das acusações de que torpedeia as chances de paz. Até o final de quinta-feira, em Israel, nada tinha vazado da reunião do governo sobre retaliação ao retaliado Hamas.

Em Tel Aviv, cerca de 300 pessoas marcharam para o Ministério da Defesa carregando 27 caixões falsos, representando os mortos no cativeiro em Gaza. Na Cisjordânia, pelo menos seis palestinos foram mortos, um deles filho de Zakaria Zubeidi, ex-chefe das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa em Jenin, na continuação de uma operação iniciada por Israel no início da semana.

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