Israel pede que aliados se oponham aos pedidos de prisão para Netanyahu

Os Estados Unidos condenaram a iniciativa de Khan chamando-a de “ultrajante” e “extremamente equivocada”

Por Moises Rabinovici

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu
REUTERS/Ronen Zvulun/File Photo

Israel está pedindo às “nações do mundo civilizado” que se oponham aos pedidos de prisão feitos pelo procurador-chefe Karim Khan ao Tribunal Penal Internacional (TPI), contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da defesa, Yoav Gallant. 

Há um problema, porém: nem todos os países do “mundo civilizado” simpatizam ou apoiam Netanyahu, inclusive entre os próprios israelenses, e poucos sabem quem é Gallant.

A França e a Alemanha já comunicaram que apoiam o TPI, com a ressalva alemã contra a equivalência entre Israel e o Hamas, cuja liderança também pode ser alvo de mandados de prisão. 

Os Estados Unidos condenaram a iniciativa de Khan chamando-a de “ultrajante” e “extremamente equivocada”. O secretário de Estado americano Antony Blinken denunciou a “equivalência vergonhosa” que foi juntar Netanyahu e Yahya Sinwar, o líder do Hamas, no mesmo pacote.

O chanceler de Omã, Bard Albusaidi, aplaudiu o “julgamento lúcido”. O jornalista Amos Harel, do jornal israelense Haaretz, foi um destaque da edição online desta terça-feira ao comentar: “As acusações [do TPI] de fome estão sendo ouvidas precisamente quando Israel está permitindo a distribuição generalizada de ajuda humanitária em Gaza e a situação em muitas áreas melhorou. Porém, no início da guerra, o governo tomou medidas deliberadas para dificultar a vida da população palestina e cortou todos os canais de abastecimento de Israel para a Faixa. Foi assim que a crise atual foi criada, e ela se agravou por comentários extremos e bizarros de ministros membros da coalizão”.

Três juízes vão decidir os pedidos de prisão do procurador-chefe Karim Khan: Iulia Motoc, da Romênia, professora de direito internacional; Reine Alpini-Gansou, do Benin, e Socorro Flores Liera, do México. Nenhum dos acusados pode apresentar uma defesa aos juízes. E não há direito de apelação contra os mandados.

(Com informações dos jornais Haaretz, Yedioth Aharonoth e New York Times)

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