Dezesseis soldados israelenses já morreram após o início das operações terrestres das Forças de Defesa de Israel (FDI) na Faixa de Gaza, segundo informações divulgadas por Tel Aviv nesta quarta-feira (01/11).
O episódio com maior número de baixas ocorreu na terça-feira, quando um veículo blindado de transporte de pessoal foi atingido por um míssil guiado antitanque, matando 11 soldados e deixando vários feridos. Em um incidente separado, vários soldados foram mortos quando o veículo em que estavam atingiu uma mina. Em outro episódio, dois soldados foram mortos quando uma granada atingiu o prédio em que estavam.
Apesar do número de baixas crescentes, o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que as forças do país devem continuar com a ofensiva terrestre em Gaza. Ele também rejeitou a possibilidade de um cessar-fogo com o Hamas, apesar de apelos internacionais e alertas de agências da ONU sobre uma catástrofe iminente para a população sitiada do enclave palestino.
"Estamos em uma guerra difícil. Será também uma longa guerra. Temos conquistas importantes, mas também perdas dolorosas", disse Netanyahu em um comunicado divulgado por seu gabinete na noite de quarta-feira.
As últimas baixas elevam para 320 o número de soldados das FDI que foram mortos desde que o grupo palestino Hamas, que comanda Gaza, lançou uma ofensiva terrorista contra Israel em 7 de outubro. Além de quase três centenas de militares mortos durante a ofensiva terrorista do Hamas, confrontos com membros do grupo Hisbolá ao longo da fronteira norte de Israel com o Líbano provocaram a morte de outros oito soldados.
Comentando sobre as baixas israelenses na manhã de quarta-feira, o ministro da defesa de Israel, Yoav Gallant, disse na rede X: "A perda de soldados das FDI em batalhas com terroristas do Hamas em Gaza é um golpe severo e doloroso".
"Nossas conquistas significativas nos combates poderosos nas profundezas da Faixa de Gaza estão cobrando, para nossa tristeza, um preço alto", acrescentou.
A fase de operações terrestres em Gaza teve início na última sexta-feira, quase três semanas após o Hamas ter massacrado 1.400 israelenses. Em represália, Israel passou a lançar pesados ataques aéreos contra Gaza, além de ter iniciado uma ofensiva terrestre. Do lado palestino as baixas também têm sido alta. Autoridades de saúde de Gaza ligadas ao Hamas afirmam que 8.796 pessoas foram mortas no enclave palestino.
Passados cinco dias, em vez de partir para uma invasão total, os israelenses parecem ter adotado uma estratégia de avanço fracionado por setores. Netanyahu falou no último sábado de maneira vaga de uma "segunda fase" da guerra enquanto militares citaram uma "expansão das operações terrestres".
Segundo a imprensa americana, os Estados Unidos, principal aliado de Israel, aconselharam o país a evitar por enquanto uma ofensiva terrestre total em Gaza. Outros fatores também parecem pesar: Israel tem que lidar com a fronteira com o Líbano, no norte, onde opera o grupo fundamentalista Hisbolá, muito maior do que o Hamas. A tomada de mais de 200 reféns pelo Hamas parece ser outro complicador para uma ofensiva total.
Na terça-feira, tropas israelenses avançaram sobre a Faixa de Gaza com tanques e buldôzeres blindados. Imagens divulgadas pelo Exército israelense mostram soldados avançando num cenário de desolação, entre edifícios reduzidos a pilhas de destroços pelos incessantes bombardeios efetuados por Israel desde 7 de outubro.
A incursão terrestre das tropas israelenses permitiu por enquanto o resgate de Ori Megidish, uma soldado israelense que havia sido sequestrada pelo Hamas. O Exército israelense celebrou a libertação na segunda-feira, afirmando que a militar apresentou informações de inteligência que poderão ser utilizadas em futuras operações.
jps (ots)