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Após declaração de Israel, Dino diz que ‘nenhuma força estrangeira manda na PF'

Ministro comentou as declarações do gabinete do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, sobre operação da PF que investiga brasileiros suspeitos de ligação com o Hezbollah

Da Redação

Após declaração de Israel, Dino diz que ‘nenhuma força estrangeira manda na PF'
Ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB)
Marcos Corrêa/PR

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta quinta-feira (9) que “nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil”. A declaração foi feita um dia depois de uma operação da PF que prendeu dois brasileiros suspeitos de ligação com o grupo Hezbollah em São Paulo

As prisões ocorreram durante a Operação Trapiche, que apura indícios de que os suspeitos recrutariam outras pessoas para executar atos extremistas. Além dos dois mandados de prisão, foram executados 11 de busca e apreensão: sete em Minas Gerais; três no Distrito Federal e um no estado de São Paulo.

O perfil oficial do gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu informou que a PF contou com o apoio do Mossad, agência de espionagem internacional de Israel, que mirou supostos integrantes do grupo extremista libanês para evitar ataques terroristas no país. 

“Nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil. E nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal, ainda em andamento”, declarou o ministro da Justiça e Segurança Pública na plataforma X, antigo Twitter. 

Segundo o ministro, os mandados cumpridos, sobre possível caso de terrorismo no país, “derivaram de decisões do Poder Judiciário”. “Se indícios existem, é dever da Polícia Federal investigar, para confirmar ou não as hipóteses", pontuou. 

Para Flávio Dino, “a cooperação jurídica e policial existe de modo amplo, com países de diferentes matizes ideológicos, tendo por base os acordos internacionais” e reforçou que o Brasil é um país soberano. Ele também reforçou que quem faz análise da “plausibilidade de indícios” de relatórios internacionais são os delegados da PF. 

“A conduta da Polícia Federal decorre exclusivamente das leis brasileiras, e nada tem a ver com conflitos internacionais. Não cabe à Polícia Federal analisar temas de política externa. As investigações da Polícia Federal começaram ANTES da deflagração das tragédias em curso na cena internacional”, continuou. 

O ministro da Justiça disse que aprecia a cooperação internacional cabível, mas repele que qualquer autoridade estrangeira “cogite dirigir os órgãos policiais brasileiros” ou utilizar investigações para fins de propaganda de interesse político. 

“Quando legalmente oportuno, a Polícia Federal apresentará ao Poder Judiciário do Brasil os resultados da investigação técnica, isenta e com apoio em provas analisadas exclusivamente pelas autoridades brasileiras”, finalizou o ministro. 

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