Israel confirmou neste sábado (19/10) que o drone que atingiu a cidade de Cesareia tinha como alvo a residência particular do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mas nem ele e nem ninguém de sua família estavam no local.
"Um drone foi lançado contra a casa do primeiro-ministro em Cesareia. O primeiro-ministro e sua esposa não estavam lá, e não houve vítimas no incidente", disse um comunicado de seu gabinete.
O drone atribuído à milícia xiita libanesa Hezbollah atingiu a cidade costeira mediterrânea na região central de Israel, enquanto outros dois drones foram detectados e interceptados pela defesa israelense, segundo um comunicado das Forças de Defesa de Israel (IDF).
Mais cedo, os militares haviam informado que um drone lançado do Líbano havia "atingido uma estrutura" em Cesareia, sem dar mais detalhes.
A casa de férias de Netanyahu em Cesareia também já foi alvo de inúmeros protestos de israelenses nos últimos dois anos, primeiramente contra a reforma judicial e, em segundo lugar, para exigir um acordo de trégua em Gaza que permitisse a libertação de reféns.
Sirenes soaram na manhã de sábado
Sirenes soaram em Israel durante toda a manhã de sábado, quando o Hezbollah disparou projéteis de vários locais no Líbano.
O grupo apoiado pelo Irã disse que lançou uma grande salva de foguetes avançados contra uma base militar na região de Haifa, em Israel.
Um homem na cidade portuária de Acre, no norte de Israel, morreu após ser atingido por estilhaços, informou o serviço de emergência Magen David Adom, enquanto estilhaços também feriram cinco pessoas na cidade de Kiryat Ata, em Haifa.
No Líbano, duas pessoas foram mortas em um ataque israelense que teve como alvo, pela primeira vez desde o início da guerra entre Israel e o Hezbollah, a estrada que liga Beirute ao norte do país, de acordo com o Ministério da Saúde libanês.
O Hezbollah tem disparado foguetes e drones contra o norte de Israel há um ano em apoio ao movimento islâmico palestino Hamas, que realizou o ataque sem precedentes de 7 de outubro de 2023 ao sul de Israel a partir de Gaza.
Ataques de Israel em Gaza matam 33
Na frente sul, Israel lançou ataques aéreos na Faixa de Gaza, com um bombardeio noturno em Jabalia, no norte, matando 33 pessoas, de acordo com a agência de defesa civil do território sitiado.
Na madrugada de sábado, três casas no campo de refugiados de Jabalia foram alvejadas, segundo a agência de defesa civil, enquanto testemunhas disseram à agência de notícias AFP que houve tiroteio e bombardeios na direção do campo.
As forças israelenses concentraram seus ataques no norte de Gaza, onde dizem que o Hamas está se reagrupando.
Testemunhas também relataram bombardeios israelenses no campo de Al-Bureij, no centro de Gaza.
As forças israelenses, acusadas de atacar instalações de saúde, estavam bombardeando o Indonesian Hospital no norte de Gaza, segundo médicos.
Os combates em Gaza ocorrem depois que o Exército israelense matou o líder do Hamas, Yahya Sinwar, na quarta-feira.
Sinwar, acusado de ser o mentor do ataque de 7 de outubro contra Israel, era visto como fundamental para pôr fim ao conflito e garantir a libertação dos reféns israelenses.
Na sexta-feira, Khalil al-Hayya, oficial do Hamas baseado no Qatar, reiterou que nenhum refém seria libertado "a menos que a agressão contra nosso povo em Gaza pare".
Uma autópsia israelense constatou que Sinwar foi inicialmente ferido no braço por estilhaços, mas morreu com um tiro na cabeça, informou o jornal americano The New York Times. As circunstâncias do tiro ainda não estão claras.
"Começo do fim"
Netanyahu disse que, embora a morte de Sinwar não signifique o fim da guerra, ela representa "o começo do fim".
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, juntamente com os líderes da Alemanha, França e Reino Unido, pediu "a necessidade imediata de levar os reféns de volta para suas famílias, para acabar com a guerra em Gaza e garantir que a ajuda humanitária chegue aos civis".
Em agosto, Netanyahu chamou Sinwar de "o único obstáculo para um acordo sobre os reféns".
Ayala Metzger, nora do refém morto Yoram Metzger, disse que, com a morte de Sinwar, é "inaceitável! que os reféns permaneçam em cativeiro.
md (EFE, AFP)