O relógio é inimigo na Faixa de Gaza. Voluntários dizem que o pouco estoque de alimentos para preparar refeições está acabando. Moradores servem sopa para as crianças famintas, mas, em breve, as panelas vão estar vazias.
No Norte do enclave palestino, um comboio de ajuda humanitária barrado pelo Exército israelense acabou saqueado por uma multidão faminta. Caminhões de donativos fazem fila para entrar em Gaza, mas não recebem autorização do governo de Israel.
A denúncia da não liberação da entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza foi feita pelo deputado italiano Ângelo Bonelli. Ele gravou imagens de cerca de 30 caixas, com a bandeira do Brasil, presas na fronteira com o Egito. Nela, estão medicamentos, incubadoras e cilindros de oxigênio.
O governo de Israel alega que são materiais que podem colocar em risco a segurança do país.
Enquanto isso, o alimento é lançado pelo ar por países como Estados Unidos, França e Jordânia. Ao chegar no destino, as cenas de desespero se repetem.
Em uma terra sem lei em que falta tudo, grupos cobram por segurança dos poucos comércios que ainda resistem. "Queremos controlar as ruas, garantir pelo menos um pouco de segurança no que nos resta. A gente não pode deixar que o mal que vem com a guerra nos contamine ainda mais”, diz um palestino.
Mediadores do Egito, Catar e Estados Unidos tentam negociar uma trégua para o Ramadã, mês sagrado dos muçulmanos, que começa no próximo domingo (10). Mas ainda não há um acordo de cessar-fogo.