Moises Rabinovici

Israel ataca escola da ONU no centro da Faixa de Gaza

País afirma que local abrigava membros do Hamas e militantes envolvidos nos atentados de 7 de outubro

Por Moises Rabinovici

Israel ataca escola da ONU no centro da Faixa de Gaza
Israel ataca escola da ONU no centro da Faixa de Gaza
Reuters

Israel atacou uma escola da ONU, no centro de Gaza, nesta quinta-feira, porque lá estavam dois homens do Hamas e sete da Jihad Islâmica Palestina. Mas 40 mortos foram contados pelo Ministério da Saúde de Gaza, 14 dos quais crianças.

O porta-voz militar israelense deu os nomes e filiação dos nove mortos de sua operação. Ele disse que antes de atacar, agentes observaram três classes da escola Nuseirat, onde os alvos se reuniam e estavam prestes a lançar um ataque. Nas outras classes, porém, havia dezenas de palestinos que fugiram de áreas de combate em busca de um lugar mais protegido.

O presidente dos Estados Unidos, o Tribunal de Justiça de Haia, na Holanda, e aliados de Israel repetem há dias o pedido de parar a guerra. E ela continua. Há sempre um alvo a mais, e em Gaza superpopulosa cada ataque cobra um preço em vidas civis, muitas crianças e mulheres.

O presidente Joe Biden parece decidido a apresentar uma resolução na ONU que apele à libertação de todos os reféns em troca de um cessar-fogo completo em Gaza. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu é contra. A favor estão a Alemanha, Grã-Bretanha e França.

Para Israel, estaria ocorrendo uma nova insurgência do Hamas. Durante a madrugada desta quinta-feira, um comando com quatro homens com armas leves e granadas lançadas por foguetes (RPG) passou por um túnel sob a fronteira de Gaza e foi visto por soldadas escaladas para observar infiltrações — o que não existia na invasão de 7 de outubro do ano passado. Houve um combate violento: três terroristas e um soldado morreram, e o quarto que sobreviveu voltou para Gaza.

As negociações para o cessar-fogo e troca de reféns por prisioneiros palestinos esperam uma resposta do Hamas. Ela já pode ser antecipada pelas reações tornadas públicas. O líder Yahya Sinwar informou aos mediadores egípcios e cataris que “não entregará suas armas nem assinará uma proposta que peça isso”. Ele afirmou que só aceitará um acordo se Israel se comprometer a um cessar-fogo permanente”, segundo apurou o Wall Street Journal. Por outro lado, Netanyahu não aceita em se comprometer com o fim da guerra, que ele declara que vai continuar até liquidar o Hamas. Impasse insuperável.

O temor maior reside na fronteira líbano-israelense, onde as escaramuças diárias já incendiaram o norte da Galiléia, mísseis destruíram casas e dois drones explodiram, com um intervalo de oito minutos, matando um soldado de Israel e ferindo outros nove. Os EUA alertaram Israel que, com o Hezbollah, não existe “operação limitada”. No caso de um ataque israelense virão se unir ao Hezbollah os terroristas de milícias pró-Irã que estão na Síria, no Iraque e até no Iêmen, talvez até o próprio Irã.

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