O secretário de Saúde do Estado de São Paulo afirma que a interrupção nos testes da CoronaVac não vai atrapalhar o cronograma de vacinação que vem sendo planejado.
A Anvisa autorizou, hoje de manhã, a retomada do estudo clínico relacionado à vacina.
Em entrevista à BandNews FM, Jean Gorinchteyn, no entanto, diz que a atitude da agência provocou estragos, sim, e vai impor um novo desafio aos cientistas.
Para o secretário, a interrupção da forma como feita poderia ter sido evitada se mantida no nível administrativo, e causa impactos em uma população já avessa à vacina.
No comunicado, a Anvisa afirma que, depois de o Instituto Butantan entregou novas informações, há elementos suficientes para permitir a retomada dos testes.
No texto, a agência diz ser importante esclarecer que uma suspensão não significa necessariamente que o produto sob investigação não tenha qualidade, segurança ou eficácia e ressalta ainda que esse tipo de medida é comum em pesquisas.
O estudo clínico da CoronaVac foi suspenso na noite da última segunda-feira por causa da morte de um voluntário em São Paulo. O boletim de ocorrência trata o caso como suicídio.
Durante a entrevista, ouvintes da Rádio BandNews FM lembraram que muitos medicamentos podem causar distúrbios psiquiátricos. Gorinchteyn explicou que, sim, remédios e vacinas em teste podem causar efeitos colaterais desse tipo, mas foi enfático em descartar essa possibilidade no caso desse voluntário da CoronaVac.
Citando o protocolo das pesquisas, o secretário não respondeu se o homem tomou a vacina ou o placebo.
Os testes estão na reta final para definir se a vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan é eficaz contra a covid-19.