Os estoques de medicamentos analgésicos, bloqueadores musculares e sedativos utilizados para a intubação de pacientes podem durar só mais 20 dias. A informação é da colunista da BandNews FM Mônica Bergamo.
Se houver falta desses insumos, outro empecilho para atender pacientes com covid-19 que precisem de leitos de UTI podem agravar ainda mais o colapso na saúde pública.
Sem esses remédios, os médicos não conseguem intubar os pacientes, que ficam sem ventilação e morrem por falta de ar. A matemática é simples: mais pessoas internadas em UTIs demandam mais intubação. E nas últimas semanas, os medicamentos em muitos hospitais estão sendo consumidos rapidamente e perto de acabar.
A Associação Brasileira de Planos de Saúde e a Abrafarma participam de uma reunião com a Anvisa ainda nesta quinta-feira (18) para discutir a questão e tentar que a agência se mobilize junto à indústria do setor para solicitar o aumento da produção ou facilitar sua importação como medida imediata.
O Ministério da Saúde informou que já pediu à indústria farmacêutica todo o estoque excedente de insumos para UTIs: 665 mil medicamentos de intubação para um período de 15 dias.
Diante da urgência, a associação nacional que representa os secretários de saúde pediu ao ministério que suspenda todas as cirurgias eletivas e destine a medicação para o tratamento da covid. Ainda não houve resposta.
Medicamentos já faltam em hospital do Rio
O Hospital Universitário Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro, já registra a falta de medicamentos anestésicos utilizados para a intubação de pacientes com quadro grave de covid-19.
A informação exclusiva é do diretor de jornalismo da Band, Rodolfo Schneider.
Ronaldo Damião, diretor da unidade ligada à Universidade do Estado do Rio de Janeiro, aponta que há leitos vagos para a internação de pacientes com covid-19. Contudo, sem esses medicamentos, não pode aceitar novos doentes.