Inflação na Alemanha atinge patamar mais baixo em três anos

Queda dos preços de energia puxa no índice de setembro para baixo, embora setor de bens e serviços impeça redução ainda maior. Dados devem trazer alívio para o consumidor, enquanto país ainda atravessa uma recessão.

Por Deutsche Welle

Os preços ao consumidor na Alemanha aumentaram em setembro 1,6%, em comparação mesmo mês do ano anterior, segundo dados do Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) divulgados nesta sexta-feira (11/10). A última vez que a inflação esteve em patamar mais baixo foi há mais de três anos, em fevereiro de 2021, quando o índice parou em 1,5%.

A tendência de queda foi impulsionada em grande parte por uma redução de 7,6% dos preços de energia. Em agosto, o aumento total nos preços ao consumidor foi de 1,9%, enquanto os custos com energia caíram 5,1%. O óleo para calefação ficou 17,9% mais barato do que em setembro de 2023, a eletricidade caiu 6,4%, e o gás natural, 1,9%.

Bens e serviços impedem queda maior

Ao mesmo tempo, os preços dos alimentos tiveram um leve aumento, de 1,5% em agosto para 1,6% em setembro. Óleos e gorduras de cozinha ficaram significativamente mais caros, na comparação ano a ano. O azeite de oliva, por exemplo, aumentou 29,6%, a manteiga, 29,3%.

A queda na inflação geral poderia ter sido ainda mais acentuada se não fossem os aumentos acima da média no setor de bens e serviços: 3,8%, após vários meses com alta de 3,9%. Esse quadro reflete também o fechamento de acordos salariais comparativamente altos para várias categorias profissionais do setor.

"A renovada queda nos preços de energia atenuou o índice de inflação de setembro de 2024 mais do que nos meses anteriores", afirmou a presidente do Destatis, Ruth Brand. "Em contraste, os preços continuadamente acima da média do setor de bens e serviços geraram efeito inflacionário."

Alívio para os consumidores

A queda da inflação é uma boa notícia para a economia do país e para os consumidores, que durante muito tempo perderam poder aquisitivo devido à crise de energia e à alta nos preços dos alimentos.

Em setembro, o Banco Central Europeu (BCE) reduziu a taxa de juros pela segunda vez consecutiva no ano – de 3,75% para 3,5% – com base na queda da inflação. Isso deve tornar mais baratos os créditos para investimentos e reduzir a carga dos consumidores.

Economistas esperam que a inflação alemã permaneça abaixo do patamar de 2%, embora possa aumentar novamente no fim de 2024. O consumo privado é um importante fator de esperança para a economia alemã, que ainda atravessa uma recessão.

Nesta quarta-feira, Berlim revisou para baixo sua previsão para a atividade econômica do país em 2024, prevendo uma contração de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

rc/av (DPA, AFP)

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