O infectologista Marcos Boulos, integrante do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, considerou “precoce” a reabertura de parte das atividades no estado. A partir deste sábado (24), restaurantes, atividades culturais, parques e serviços em geral, como salões de beleza e academias, podem voltar a funcionar com restrições. Comércio e atividades religiosas estão liberados desde o último domingo (18).
“Os números atuais refletem um pouquinho das restrições, a queda tem que ser comemorada, mas o patamar ainda é muito alto. Estamos parecidos com a situação de 40 dias atrás, no começo de fevereiro, com situação ainda longe de controle (…). No meu entender [a reabertura] é precoce e pode ter consequências daqui uma ou duas semanas”, disse Marcos Boulos em entrevista à Rádio Bandeirantes.
O infectologista explicou que, embora as internações e as mortes por covid-19 tenham parado de subir, a taxa de ocupação de leitos nos hospitais ainda é alta, assim como a taxa de transmissão. A fase de transição do Plano São Paulo vai até a próxima sexta-feira, quando uma nova reclassificação será anunciada.
Neste momento, Boulos criticou especialmente a liberação de funcionamento de atividades religiosas e bares, segundo ele, os espaços em que há maior número de contaminações da doença.
“Em termos sanitários, a abertura deveria ser adiada. Nós não melhoramos, só aconteceram pressões econômicas. Entendo as dificuldades financeiras, sabemos disso. Porém estamos no meio de uma guerra sanitária que causa mais mortes que guerras reais. Não está fácil de controlar. Vamos chegar a 500 mil mortes, é muito dramático. A diminuição real só acontecerá daqui uns dois ou três meses com parte, ainda pequena, da população vacinada”, completou.