Uma força-tarefa do Ministério do Trabalho e outros órgãos resgatou 35 indígenas que trabalhavam em sistema análogo à escravidão em uma apanha de frango em Pedreira, no interior de São Paulo.
Os indígenas, da aldeia de Amambaí, no Mato Grosso do Sul, foram contratados por uma empresa que presta serviços para um frigorífico na região. Eles chegaram há 15 dias na cidade e trabalhavam sem registro em carteira de trabalho e sem a realização de exame médico admissional, ou EPIs.
Depoimentos alegam que os indígenas não tinham o que comer além de arroz, bebiam água do aviário e estavam alojados em uma casa com 3 quartos, um chuveiro e dois vasos sanitários. Sem espaço, muitos dormiam nas varandas, na garagem e no corredor da casa ou cozinha.
Uma vizinha afirmou que os trabalhadores usavam a mesma roupa de quando chegaram há duas semanas. Além dos indígenas, outros 24 migrantes nordestinos eram empregados, mas em situação digna de moradia, apenas com irregularidades no registro de trabalho.
Agora, os indígenas resgatados terão benefícios e verbas rescisórias. Parte deles está hospedada em hotéis da região e outra parte segue no alojamento até que retornem ao local de origem. A viagem e os custos com alimentação serão pagos pelo empregador.
O frigorífico que contrata a empresa terceirizada também assinou um termo se comprometendo a responsabilizar subsidiariamente pelo pagamento do passivo trabalhista e pelo cumprimento de normas trabalhistas por empresas terceirizadas.