A Índia se tornou nesta quarta-feira (23/08) a primeira nação do mundo a pousar no pólo sul da Lua. O feito acontece dias após a primeira missão lunar russa em 47 anos fracassar com a colisão da sonda Luna-25 pouco antes da aterrissagem.
"Agora nos estamos na Lua", regozijou-se o premiê indiano, Narendra Modi, minutos após a conclusão da missão, que foi transmitida ao vivo pela TV e na internet. Com isso, a Índia se tornou o quarto país a pousar com sucesso no satélite natural da Terra, atrás apenas de EUA, ex-URSS e China.
Agora, a ideia é que um veículo espacial movido a energia solar explore a superfície do pólo sul lunar, relativamente pouco mapeado, e transmita dados à Terra durante sua vida útil de duas semanas.
Um sucesso de toda a humanidade
"Gostaria de me dirigir a todas as pessoas do mundo", disse o premiê indiano em pronunciamento após o pouso da missão Chandrayaan-3 (algo como "espaçonave lunar" em sânscrito).
"A bem-sucedida missão lunar da Índia não é apenas da Índia. Nossa missão lunar também se baseia na mesma abordagem centrada no ser humano. […] Este sucesso, portanto, pertence a toda a humanidade e ajudará as missões lunares de outros países no futuro. […] Todos nós podemos aspirar à lua e além", anunciou.
Índia, a mais nova potência espacial
Lançada em meados de julho, a Chandrayaan-3 orbitou a Terra várias vezes para ganhar a velocidade necessária para a sua viagem. O sucesso da missão, que coloca a Índia entre as potências espaciais, é um alívio para a nação, cuja última tentativa de pouso havia fracassado em 2019.
No currículo, o país pode se gabar ainda do lançamento bem-sucedido de uma sonda na órbita lunar em 2008, além do envio de uma espaçonave para a órbita de Marte em 2014.
Para o ano que vem, a Organização Indiana de Pesquisa Espacial planeja lançar uma missão tripulada de três dias na órbita da Terra.
Uma nova corrida espacial?
O lançamento da Luna-25, em 11 de agosto, foi a primeira missão lunar russa em quase 50 anos, marcando o início do novo programa espacial de Moscou.
Em 16 de agosto, a sonda foi colocada com sucesso na órbita da Lua, mas três dias depois, "deixou de existir após uma colisão com a superfície lunar", disse a agência espacial Roscomos.
A China também tem concentrado esforços no envio de uma missão tripulada à Lua até 2030, para lá construir uma base.
A segunda maior economia do mundo foi o terceiro país a colocar seres humanos em órbita em 2003, já tendo investido milhões de dólares no seu programa espacial militar na corrida com os Estados Unidos e a Rússia.
Já a missão Artemis 3, da Nasa (agência espacial americana) planeja levar humanos de volta à Lua em 2025, embora isso ainda dependa se alguns fatores-chave serão concluídos a tempo.
A empresa de Elon Musk, SpaceX,ganhou o contrato para um sistema de pouso baseado em uma versão de seu protótipo de foguete Starship, que ainda está longe de estar pronto.
Em abril, um voo de teste orbital da nave estelar não tripulada terminou em uma explosão dramática transmitida ao vivo.
Ip (Reuters, AFP, ots)