Em depoimento para a Polícia Federal, o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, citou que o Comando do Exército não permitiu a retirada do acampamento que estava em frente ao Quartel General de Brasília, apesar de ter acordado a saída dos manifestantes golpistas antes da posse do presidente da República.
No documento, que teve o acesso do repórter Rodrigo Orengo, Ibaneis citou que houve um acordo entre o governo do Distrito Federal com o comandante do Exército para a retirada do acampamento. O governo teria mandado viaturas e funcionários para o local, com proteção da Polícia Militar, mas por algum motivo, o comando teria voltado atrás e não permitiu a retirada.
Além disso, Ibaneis afirmou que a presidência da República, à época de Jair Bolsonaro, foi informada da situação. Segundo Ibaneis, o Supremo Tribunal Federal também sabia do ocorrido, mas não tomou atitude porque a solenidade de posse de Luiz Inácio Lula da Silva ocorreu sem incidentes.
No depoimento, Ibaneis pontua que a secretaria de Segurança Pública estava sob o comando de Júlio Danilo e só foi assumida por Anderson Torres em 2023. Segundo ele, antes e depois de Torres a secretaria liderava ações e submetia planos para grupo de trabalho com o Exército, Gabinete de Segurança Institucional e outros atores. Ibaneis cita que era informado de tudo exclusivamente pela secretaria de Segurança Pública.