A Polícia Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) reforçaram a segurança de bases de fiscalização na Terra Indígena Yanomami, no Norte do País.
Na quinta-feira, garimpeiros armados romperam o bloqueio de fiscalização e abriram fogo contra agentes do Ibama. Os fiscais reagiram, resultando em um dos invasores feridos por disparos. O local em questão é o mesmo onde garimpeiros ilegais atiraram contra a Polícia Federal em maio de 2021, levando à instalação de um cabo de aço no rio para impedir a passagem dos invasores.
De acordo com informações do Ibama, os criminosos dispararam contra os agentes que abordaram uma das embarcações, e o garimpeiro ferido foi preso pela Polícia Federal por atacar servidores públicos. Ele permanece internado até a noite desta quinta-feira. Os invasores desciam o rio Uraricoera em sete "voadeiras" de 12 metros, carregadas com cassiterita. O carregamento de minério roubado da terra indígena foi identificado por drones operados pelo Ibama. Após o ataque, os criminosos fugiram. O ponto de fiscalização fica na comunidade indígena de Palimiú.
Em comunicado, a Polícia Federal informou que parte do efetivo da operação Libertação foi mobilizada para a região, contando com o apoio de helicópteros das forças armadas. As informações de inteligência indicam possíveis movimentações de garimpeiros em busca de retaliação.
A base de controle, instalada no último dia 7, é protegida por agentes da Força Nacional de Segurança Pública, da Polícia Rodoviária Federal e do Ibama. Seu principal objetivo é impedir a entrada de barcos com suprimentos e equipamentos para garimpos no território Yanomami. Desde a instalação de uma barreira física com cabos de aço, no último dia 20, nenhum barco carregado seguiu em direção aos garimpos.
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, declarou que se tratou de um "ataque criminoso programado", e que todos aqueles que tentarem furar o bloqueio serão presos. "Acabar com o garimpo ilegal é uma determinação do presidente Lula", afirmou. A instalação do cabo de aço faz parte da ofensiva iniciada em 6 de fevereiro para retomar o controle da Terra Yanomami.