Humberto Costa sobre transição: ‘Não podemos ocupar o papel do governo’

Senador que integra a equipe de transição do novo governo na área da saúde falou à Bandeirantes de vacina, aumento de casos de covid-19 e verbas no orçamento

Da redação

O senador Humberto Costa (PT) deu uma entrevista para a rádio Bandeirantes nesta terça-feira (15) e falou sobre aumento de casos positivos da covid-19, compra de vacinas e verbas para a Saúde. O petista integra a equipe de transição do novo governo na área da saúde. 

“A transição tem um papel limitado. Nós não podemos ocupar o papel do governo, mas vamos fazer gestões junto ao governo e ao Ministério da Saúde para que a compra aconteça rapidamente”, pontua. 

Com o aumento de casos de covid-19 no país, uma das preocupações das autoridades é a cobertura vacinal da população. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está estudando a aprovação da vacina bivalente contra o coronavírus e a variante Ômicron, mas ainda não tem um prazo para autorização ou não do imunizante. 

“A informação que nós temos é que entre duas ou três semanas o uso (da vacina) já deve ser aprovado. Tudo que há de estudo feito mostra uma eficiência muito grande sobre a nova variante. Agora, cabe ao governo tomar a decisão política de fazer essa compra, o ideal é que faça de imediato, já que está claro que o número de casos está crescendo”, disse Humberto Costa. Ele ainda diz que a vacinação de crianças está atrasada. 

Corte na saúde

Durante entrevista ao jornalista José Luiz Datena, para a rádio Bandeirantes, o senador Humberto Costa (PT) mostrou-se preocupado com o corte de verbas para a área da saúde. Segundo ele, desde 2016, quando foi aprovada a Emenda à Constituição do teto de gastos, os recursos eram reajustados de acordo com o crescimento da receita, ou seja, de forma anual, a partir de então passou a crescer seguindo os índices de inflação. 

“Se fizermos uma comparação ao orçamento que nós tínhamos em 2016 com o que temos hoje há, de fato, uma perda de R$ 22,7 bilhões. No ano da pandemia, em 2021, houve o recurso de guerra, que promoveu o incremento de verbas para o enfrentamento. Porém, nós hoje temos um déficit muito grande, de áreas que são cruciais”, disse o senador. 

Ele deu o exemplo de medicamentos, vacinas, insumos para as unidades do Sistema Único de Saúde, redução de recursos para o programa farmácia popular, corte no Brasil sorridente e no custeio geral do sistema. 

Humberto Costa fez uma solicitação ao grupo de transição do governo para criar uma “folga” no orçamento para destinar R$ 22,7 bilhões para a área da saúde. “Se isso acontecer, será possível garantir todas essas despesas”. 

CPI da Covid

Em 2021, o Senado realizou a Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a postura do atual governo federal perante a condução da pandemia da covid-19 no país, Humberto Costa foi um dos senadores de oposição mais atuantes. Ele entende que a parte da CPI foi feita, mas o papel de investigação é limitado. 

“Fizemos o indiciamento de uma série de pessoas que por ação ou omissão contribuíram para o processo que levou a morte de quase 700 mil pessoas. Os casos que não tem foro especial tem andado em primeira instância, é o exemplo do Ministério Público do Distrito Federal e de São Paulo. A grande falha, a grande omissão é por parte da Procuradoria Geral da República”, observa o senador do PT, Humberto Costa. 

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