A HSM Expo NOW! Week tem reunido lideranças de todo o mundo para discutir transformações no planeta. Na trilha #Desenvolva desta terça, 10, mulheres que são destaque no campo da inovação, Gabriele Teco, Ana Fontes, Elisa Tawill e Amanda Graciano, discutiram a luta por ocupar espaços, a representatividade da eleição de Kamala Harris nos EUA, e que não há inovação sem falar em equilibrar a presença de homens e mulheres em cargos de liderança.
Ana Fontes, criadora da Rede Mulher Empreendedora, a primeira rede de apoio ao empreendedorismo feminino do Brasil, frisou que é necessário transformar a discussão sobre mulheres na liderança para além de inclusão social, mas de discussão econômica.
"Quando você olha boa parte dos estudos que falam de inclusão e diversidade, eles colocam relacionado à inclusão social, mas nós temos também que olhar para o ambiente de inovação. Uma empresa que tem somente homens, brancos, da mesma origem, não é uma empresa inovadora. Uma empresa inovadora é uma empresa que tem uma posição diversa", disse a presidente do Instituto RME e consultora da Avon.
A economista e especialista em transformação digital, Amanda Graciano, reforçou o talk de Ana Fontes, e foi além, falou também sobre a falta de incentivo para mulheres, negras e periféricas de interesse por carreiras capazes de transformar a vida das pessoas.
Segundo Graciano, os últimos dados sobre o mercado de inovação mostram que é preciso ser um homem, branco e herdeiro para ter destaque, o que se revela ao observar as lideranças de empresas de sucesso como 99, Rappi, Uber e outras statups.
“É uma luta desigual, as mulheres desaparecem. Ao mesmo tempo que a gente tá lutando pra trazer as mudanças, do outro lado a força é muito maior, e desigual. As mulheres hoje detêm mais formação do que os homens, mas a gente tem que estudar 4 vezes mais para estar no mesmo lugar do homem. Não tem como mudar o jogo sem fazer mudanças estruturais muito fortes”, apontou.
Empreendedora no mercado imobiliário, Elisa Tawill, uma das speakers do NOW! Week, revelou que precisou buscar um embasamento técnico e engatar um modelo de liderança para se estabelecer no mercado como mulher.
A Liderança Shakti, que fundamenta o equilíbrio entre o poder feminino e masculino, foi a que ajudou Elisa a se colocar no mercado e levantar esses questionamentos dentro da sua área de atuação.
“O que eu aplico em todos os ambientes de debate é para resgatar o equilíbrio de poder entre masculino e feminino. Liderança não é cargo, é atitude, o que qualquer pessoa pode ter. Quando você entende o poder da liderança, nós podemos fazer o resgate da força feminina que são esquecidos”, afirmou.
Eleição de Kamala Harris
Um assunto que se estabeleceu durante todo o #Desenvolva foi a eleição da democrata Kamala Harris como vice-presidente dos Estados Unidos e qual o significado para a posição de lideranças femininas em diversos setores da sociedade.
As speakers citaram que essa não é só uma conquista de representatividade, mas de mudar as estruturas, e que o discurso de Harris, em que disse que é a primeira, mas não será a última, abre portas para que meninas desenvolvam expectativas promissoras em suas vidas e carreiras.
“É sobre representatividade, é sobre mudar estruturas racistas, é dar esperança para meninas sonharem, é sobre respeito, inclusão. Que ela seja a primeira, como ela disse, e não seja a última, e que abra as portas para outras, como as ancestrais abriram para ela”, disse Ana Fontes.
Já Elisa Tawill comentou que Kamala Harris permite, enfim, que se vislumbre uma mudança geracional que não ocorreu nos últimos anos: “ O nome dela foi um dos indicados por Obama quando estava prestes a deixar a Casa Branca, mas ela odeia ser comparada a ele, e pede que não a definam com base em algo que um homem ja´ fez antes”, afirmou.