Um homem foi preso duas vezes em dois dias, primeiro por agredir e depois esfaquear a ex-mulher em São Caetano do Sul, na Região Metropolitana de São Paulo.
Sob agressões e ameaças de morte, a mulher enfrentou o medo e denunciou o ex-marido, José Geraldo Pinheiro, que mesmo tendo sido preso após as agressões, foi solto na audiência de custódia.
O juiz concedeu liberdade, sob a condição de que ele não se aproximasse da ex, mas o agressor ignorou a medida protetiva, foi até a casa dela no dia seguinte e a esfaqueou várias vezes.
O nome do magistrado que liberou José Geraldo não foi divulgado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. O agressor está preso e a mulher foi socorrida.
Esse caso chama atenção para os critérios usados por juízes para pôr em liberdade quem comete violência doméstica.
A procuradora de justiça criminal, Nathalie Malveiro, ressalta a importância das medidas protetivas, mas defende que os critérios avaliados por juízes em audiência de custódia precisam mudar.
“Aqueles critérios que o juiz usa para criminalidade comum, se ele é primário, se ele tem bons antecedentes, se ele tem emprego, esses critérios não são suficientes para avaliar casos de violência contra a mulher. Quando o juiz avalia só esses aspectos, eles vão avaliar que esse homem não tem uma periculosidade, realmente, para o resto da sociedade, ele não tem, mas ele tem para aquela mulher”, avalia Nathalie.