A Ouvidoria das Polícias de São Paulo vai pedir a prisão preventiva dos agentes que participaram da ação que terminou com a morte de um comerciante negro, na Brasilândia, zona norte da capital paulista.
Lucas Henrique Vicente, de 27 anos, foi baleado e morto no último domingo (20) depois de entrar em uma briga com os policiais. Ele teria reclamado da maneira como foi abordado.
Antes de ser parado, Lucas seguia de carro para um churrasco, acompanhado da esposa e dos três filhos.
Em vídeos divulgados na internet, é possível ouvir disparos e ver o homem ser chutado durante a tentativa de imobilização.
Os policiais envolvidos na abordagem foram afastados, mas a Ouvidoria não concordou com a medida e pediu a prisão preventiva dos agentes à Corregedoria da PM.
Em análise preliminar das imagens, o ouvidor afirmou à BandNews FM se tratar de uma execução. Elizeu Soares Lopes quer ouvir testemunhas para saber as reais circunstâncias da abordagem.
Inicialmente, havia apenas uma viatura no local, que depois recebeu reforço. Lucas Henrique Vicente chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. O homem já tinha sido preso, cumpriu a pena e estava em liberdade havia três anos.
Familiares do homem disseram à reportagem da Band que a vítima teve três dentes quebrados após os chutes dos PM's. Segundo eles, Lucas foi baleado enquanto estava imobilizado e que os agentes teriam usado violência desproporcional à resistência do comerciante.
A família relata que a mãe da vítima teria levado uma chave de braço no hospital onde Lucas foi levado.
Em nota, a Polícia Militar informa que, no dia 20, policiais militares abordaram o condutor de um veículo, que era procurado pela justiça pelo crime de roubo.
Ao ser informado a respeito de sua prisão, o abordado partiu em direção à equipe, agredindo e mordendo um dos policiais.
Além disso, subtraiu a arma de um policial e a apontou em direção aos outros que estavam em apoio no local.
Para se defenderem do risco iminente de morte, os policiais efetuaram disparos na direção do homem, vindo a atingi-lo.
A Polícia Militar esclarece que todas as circunstâncias do fato e a conduta dos policiais envolvidos na ocorrência são apuradas por meio de inquérito policial militar (IPM) instaurado pelo núcleo corregedor do Batalhão e é acompanhado pela Corregedoria da instituição.