Guaíba pode levar mais de 30 dias para voltar ao nível normal, mostra projeção

Projeções de cientistas da UFRGS mostram cheia duradoura do Guaíba nas próximas semanas. Na enchente histórica de 1941 em Porto Alegre, passou-se mais de um mês até retorno à marca de 3 metros

Enchente em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul (RS)
Gustavo Mansur/ Palácio Piratini

A água que inundou Porto Alegre e municípios da região metropolitana da capital gaúcha pode levar cerca de 30 dias para ficar abaixo do nível de inundação, disseram cientistas nesta terça-feira (07/05).

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) divulgaram um gráfico que mostra que o nível do Guaíba deverá ficar bem acima da cota de inundação, que é de 3 metros, por pelo menos mais dez dias e muito provavelmente além disso.

Um dos cientistas, o hidrólogo Fernando Fan, professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, declarou à TV Globo que podem se passar cerca de 30 dias até que o Guaíba fique abaixo do nível de 3 metros.

Na cheia histórica de 1941, que inundou o centro de Porto Alegre, com o nível do Guaíba chegando a 4,76 metros, ele só voltou ao nível de 3 metros depois de mais de um mês.

Nesta terça-feira, o nível do Guaíba estava acima dos 5 metros, com previsão de ficar abaixo dessa marca a partir do fim de semana, mas mesmo assim por volta dos 4 metros, desde que não haja novas chuvas.

À Rádio Gaúcha, Fan declarou que, se as previsões de chuva para os próximos dias nas bacias dos rios Taquari, das Antas e Jacuí se confirmarem, poderá haver um "repique" e o nível retornar à marca dos 5 metros.

Geografia não ajuda

A localização geográfica de Porto Alegre, que fica praticamente ao nível do mar, dificulta o escoamento da água. O Guaíba, que banha a capital gaúcha, recebe as águas dos rios Jacuí, Taquari, Sinos, Caí e Gravataí. Devido ao relevo, as águas desses rios descem com grande velocidade até o Guaíba, onde elas se acumulam.

Do Guaíba, a água vai para a Lagoa do Patos e daí para o Oceano Atlântico, saindo perto da cidade de Rio Grande, no sul do estado. Mas as tempestades dos últimos dias formaram as chamadas marés de tempestade, elevando o nível do mar, o que torna a saída da água mais lenta.

Além disso, com as fortes chuvas dos últimos dias, o Guaíba recebeu um volume de água muito acima do habitual.

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