Após cinco dias de greve ferroviária, encerrada no início desta semana, a rede alemã de transporte público sofreu novo baque nesta sexta-feira (02/02), quando trabalhadores que operam ônibus, metrôs e bondes por todo o país cruzaram os braços por 24h em 15 dos 16 estados da Alemanha.
O estado da Baviera foi o único não afetado pela paralisação porque as negociações estão em andamento.
A ação, que durará até as 3h do sábado, foi capitaneada pelo sindicato Verdi, que mobilizou cerca de 90 mil trabalhadores em mais de 130 empresas, afetando 81 cidades e 42 distritos rurais.
A lista de reivindicações dos grevistas varia de região para região, incluindo a redução da jornada de trabalho sem perda salarial, maiores períodos de descanso entre os turnos, aumento no pagamento de férias ou a concessão de mais dias de férias.
Em Berlim, a paralisação durou apenas algumas horas e os serviços foram retomados ainda pela manhã. O estado da Renânia do Norte-Vestfália, por outro lado, é um dos mais afetados pela greve, concentrando cerca de um terço do contigente de grevistas mobilizados pelo sindicato. Funcionários do aeroporto de Hamburgo também se juntaram à paralisação.
Trens regionais e de longa distância da Deutsche Bahn, cujos funcionários estiveram em greve por cinco dias na semana passada, operam normalmente.
Transporte público amarga falta de pessoal
A falta de pessoal qualificado também tem afetado as empresas de transporte público, que estão sob pressão para atrair novos funcionários – em alguns casos, há entre 20% e 30% de vagas não preenchidas.
Segundo um estudo recente, 40% dos motoristas de ônibus e bondes do país têm mais de 55 anos – uma taxa muito superior aos 26% do total de empregados nessa faixa etária.
Ao mesmo tempo, as empresas do setor hesitam perante as demandas dos grevistas por temerem a alta de custos.
Onda de greves
Um dia antes, na quinta-feira, uma paralisação afetou 11 aeroportos na Alemanha, levando ao cancelamento de 1,1 mil voos.
Produtores rurais também têm regularmente saído às ruas no país para protestar contra o fim de subsídios à categoria.
O sindicato Verdi já sinalizou que a próxima empresa na fila dos grevistas deve ser a companhia aérea Lufthansa.
ra/bl (afp, dpa, ots)