Grávida pode comer sushi? Saiba se o consumo de peixe cru é permitido

Especialista explica os riscos da ingestão de peixes e frutos do mar crus durante a gestação

Da Redação

Gestantes podem comer sushi? Especialista explica
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Ingredientes pouco cozidos ou crus, como peixes, ostra, camarão e outros frutos do mar, devem ser evitados por gestantes a fim de garantir a segurança alimentar. O sushi e o sashimi, clássicos da culinária japonesa que são “queridinhos” dos brasileiros e levam peixe cru, entram na lista de pratos que devem ser dispensados da dieta durante a gravidez.

Ao Band Receitas, a nutricionista Natalia Barros, Natalia Barros, mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e fundadora da NB Clinic, diz quais são os perigos que o consumo de peixe cru na gestação oferece para a saúde materna e fetal, além de dar dicas de segurança para quem opta por não abrir mão do alimento nesse período. Confira abaixo:

Quais são os perigos de consumir peixe cru durante a gestação?

Esses alimentos podem representar riscos potenciais de contaminação bacteriana e parasitária que podem ter impactos adversos na saúde materna e fetal. Alguns frutos do mar que são consumidos in natura, como a ostra, podem conter bactérias patogênicas, vírus e parasitas, que podem causar infecções gastrointestinais graves

Uma preocupação adicional é a possível presença de mercúrio em peixes e frutos do mar, especialmente em espécies maiores e de longa vida, como o peixe-espada e o tubarão. O mercúrio pode ser prejudicial ao desenvolvimento neurológico do bebê em crescimento e, por isso, é recomenda-se que mulheres grávidas limitem o consumo desses tipos de peixes e frutos do mar até, no máximo, duas vezes por semana.

Além disso, embora a transmissão da toxoplasmose através dos peixes crus seja controversa e os peixes não sejam considerados hospedeiros biológicos competentes para T. gondii, estudos sugerem que os peixes devem ser considerados responsáveis pela contaminação acidental com o parasita e, portanto, considerado como uma fonte potencial de infecção para mamíferos marinhos e humanos. Assim, as diretrizes sugeridas para a segurança de armazenamento, manuseio e cozimento de carne e produtos à base de carne também devem ser aplicadas aos peixes, que devem ser cozidos em temperatura suficiente para inativar o parasita (66°C, no mínimo).

Quais doenças o consumo de peixe cru contaminado podem causar?

O consumo de peixe cru pode levar a várias doenças e infecções, principalmente quando o alimento está contaminado. Veja abaixo:

Anisakíase

É uma infecção causada por larvas do parasita Anisakis, que podem estar presentes em peixes crus usados para o preparo de sushi e sashimi. Os sintomas incluem dor abdominal intensa, náuseas, vômitos e diarreia.

Salmonelose

Bactérias do gênero Salmonella podem estar presentes em peixes crus ou mal cozidos e podem causar intoxicação alimentar, resultando em sintomas como febre, diarreia e vômitos.

Vibriose

O consumo de frutos do mar crus ou mal cozidos, como ostras e mexilhões, pode levar à vibriose, uma infecção causada pela bactéria Vibrio. Os sintomas incluem diarreia, náuseas, vômitos e febre.

Cisticercose

Peixes contaminados com larvas de tênia podem transmitir a cisticercose, uma infecção parasitária. Os sintomas variam, mas podem incluir dor abdominal, náuseas e perda de peso.

Infecções por norovírus

O norovírus é altamente contagioso e pode ser transmitido por frutos do mar crus contaminados. Os sintomas incluem vômitos, diarreia e desidratação.

Doenças transmitidas por bactérias patogênicas

Além das doenças mencionadas acima, outras bactérias patogênicas como Listeria e Escherichia coli (E. coli), podem estar presentes em peixes crus e causar infecções gastrointestinais.

Como consumir peixe cru com segurança?

Grávidas que desejam consumir peixe cru devem fazê-lo com cautela, considerando os riscos de contaminação por bactérias e parasitas. Abaixo, algumas dicas para grávidas que desejam minimizar os riscos ao comer peixe cru:

Escolha peixes de alta qualidade e frescos

Opte por restaurantes e mercados de peixe confiáveis, que sigam rigorosos padrões de segurança alimentar. Certifique-se de que o peixe esteja fresco, armazenado adequadamente e que seja proveniente de fontes seguras.

Conheça os tipos de peixes seguros

Alguns peixes crus apresentam menor risco de contaminação do que outros. Peixes de água fria, como salmão, atum e truta, geralmente, são considerados mais seguros em comparação com outras variedades. Evite peixes predadores, como o tubarão, que podem conter níveis mais elevados de mercúrio.

Evite espécies de alto teor de mercúrio

O mercúrio é uma substância tóxica que pode prejudicar o desenvolvimento do feto. Grávidas devem evitar espécies de peixe que tendem a acumular mercúrio, como o peixe-espada, o tubarão e o cação.

Certifique-se de que o peixe tenha sido congelado

Para matar possíveis parasitas, o peixe cru deve ser congelado a uma temperatura de -20°C por, pelo menos, 7 dias. Pergunte ao restaurante ou fornecedor sobre o processo de congelamento.

Siga as diretrizes de segurança alimentar

Certifique-se de que o peixe cru seja manuseado com higiene e preparado adequadamente. Se o peixe não estiver bem refrigerado ou se houver preocupações sobre a higiene do local, é melhor evitar consumi-lo cru.

Limite o consumo

Consuma peixe cru com moderação. Não é aconselhável comê-lo com frequência durante a gravidez. Varie a sua dieta, incluindo peixe cozido e outras fontes de proteína.

Consulte o seu nutricionista

Antes de fazer mudanças significativas na sua dieta durante a gravidez, é importante discutir suas opções com um profissional de saúde. Eles podem fornecer orientações específicas com base na sua saúde e na situação da gravidez. Pondere o risco: durante a gravidez, é essencial refletirmos sobre quais situações de riscos queremos nos submeter. Considerando que os peixes e frutos do mar podem ser consumidos de outras formas, cozidos ou grelhados, por exemplo, avalie a sua necessidade de comê-los crus.

Cuidados no preparo de alimentos crus

Certifique-se de que os alimentos crus sejam preparados e manuseados com segurança – isso é crucial para a saúde da mãe e do bebê durante a gestação. As grávidas devem tomar precauções extras no preparo de alimentos crus. Confira:

Lave bem as mãos

Lave as mãos com água morna e sabão antes de tocar em qualquer alimento. Certifique-se de lavar as mãos regularmente durante o preparo dos alimentos.

Lave os ingredientes

Lave frutas, verduras e legumes cuidadosamente antes de utilizá-los. Use uma escova de cerdas macias para limpar as cascas de vegetais, se necessário.

Evite contaminação cruzada

Mantenha superfícies de corte, utensílios de cozinha e mãos limpas ao manipular alimentos crus. Evite usar a mesma tábua de corte e facas para alimentos crus e cozidos, a menos que tenham sido devidamente lavados entre os usos.

Armazenamento seguro

Armazene ingredientes crus em recipientes separados e bem selados para evitar a contaminação cruzada. Mantenha-os na geladeira em temperaturas seguras.

Desinfecção de utensílios

Limpe e desinfete regularmente as superfícies de trabalho, utensílios e equipamentos de cozinha com produtos adequados para evitar a proliferação de bactérias.

Controle de temperatura

Mantenha os alimentos crus a temperaturas seguras. A refrigeração é fundamental para evitar a multiplicação de bactérias. Descongele alimentos no refrigerador, não em temperatura ambiente.

Evite marinar por longos períodos

Evite marinar carnes cruas por longos períodos de tempo em temperatura ambiente. Isso pode permitir que as bactérias se multipliquem. Marinar na geladeira é mais seguro.

Cuidado com alimentos prontos para comer

Tenha cuidado ao consumir alimentos prontos para comer que possam ter entrado em contato com superfícies ou utensílios contaminados.

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