Os primeiros a embarcar no avião da Força Aérea Brasileira foram as mulheres, crianças, inclusive bebês, e idosos. Nos rostos, a sensação era de cansaço, mas também de alívio, afinal, estão fugindo de uma guerra que se tornou mais violenta desde que Israel começou a atacar integrantes do grupo Hezbollah no centro de Beirute. 

Antes do embarque, os 228 brasileiros e descendentes de libaneses posaram para foto com oficiais da FAB e diplomatas do Itamaraty no Aeroporto de Beirute. 

Cerca de 20 mil brasileiros vivem no Líbano. Desses, aproximadamente 3 mil manifestaram desejo de serem repatriados. O governo brasileiro planeja enviar, na próxima quarta-feira, um segundo avião para resgatar mais famílias, mas tudo vai depender das condições de segurança em Beirute.  

O Itamaraty segue com as negociações e o Líbano autorizou uma espécie de corredor humanitário até o aeroporto da capital para que as pessoas possam embarcar com segurança, 

A situação é tensa no local, conforme relata um brasileiro que também tentava sair, por conta própria, do país em guerra. No entanto, tudo terminou bem. Ele conseguiu pegar um voo para Bagdá, capital do Iraque, e deve desembarcar em São Paulo na segunda-feira. 

"Estou aguardando o próximo voo. Tem uma espera em Doha, no Catar, até embarcar para Guarulhos, São Paulo, e finalmente poder encontrar minha turma”, disse o brasileiro. 

Já os brasileiros repatriados decolaram de Beirute às 13h18, horário de Brasília. O avião fará uma escala técnica em Portugal e deve chegar na manhã deste domingo (6) na base aérea de Guarulhos. Todos vão passar por uma triagem e serão encaminhados para os estados onde tem familiares ou desejam ficar.