Com protestos contra os aumentos do preço dos combustíveis acontecendo há duas semanas no Peru, o presidente, Pedro Castillo, impôs um toque de recolher na capital Lima na tentativa de conter as manifestações no país.
"O Conselho de Ministros aprovou a declaração de imobilidade cidadã das 2 da manhã às 11h59 da noite (horário local) de terça-feira, 5 de abril, para proteger os direitos fundamentais de todas as pessoas, o que não impedirá a prestação de serviços essenciais para todos os peruanos", disse.
A crise representa uma dura realidade para a presidência de Castillo, que com a guerra entre Ucrânia e Rússia, teve de elevar ainda mais os preços. Manifestantes queimaram pedágios e entraram em confronto com a polícia perto da cidade de Ica, no sul do país em atos realizados ontem.
Segundo o governo, pelo menos quatro pessoas foram mortas nas manifestações que, de acordo com o presidente, estão cada vez mais violentas. Na semana passada, a situação piorou depois que fazendeiros e caminhoneiros bloquearam algumas das principais rodovias da capital.
Castillo disse ainda que “O governo não poupará esforços para aliviar a situação econômica das famílias. Peço calma e serenidade. O protesto social é um direito constitucional, mas deve ser feito no âmbito da lei, respeitando a integridade das pessoas, bem como a propriedade pública e privada” completou.
O toque de recolher afeta também o futebol. O Flamengo tem partida marcada, pela Libertadores, contra o Sporting Cristal hoje em Lima. A Conmebol confirmou a partida, mas com portões fechados no Estádio Nacional. O Sporting Cristal ainda tenta a liberação do público.
O primeiro-ministro do Peru, Aníbal Torres, afirmou que o toque de recolher obrigatório implantado em Lima também poderá ser estendido para o interior do país caso os distúrbios não se encerrem. "Estamos considerando", afirmou Torres em uma entrevista com o canal estatal TV Peru. "Se essa situação persistir (o lockdown) pode ser estendido para o resto do país, mas acredito que as pessoas irão entender e não vão mais aceitar esses atos vandalistas".
Vale destacar quando decretado “toque de recolher”, somente serviços considerados essenciais são tratados como exceção. Sendo eles a áreas de saúde, distribuição de água, saneamento, eletricidade, gás, combustível, telecomunicações, limpeza e coleta de resíduos sólidos, serviços funerários, transporte de cargas e mercadorias.