A área econômica do Governo deve apresentar sugestões de cortes no orçamento do ano que vem. A incerteza no cenário fiscal é um dos motivos para a alta recente do dólar. Já a inflação dos alimentos ajudou na decisão do banco central de manter a taxa de juros acima de 10%.
O índice oficial da inflação está em 3,9% no acumulado dos últimos 12 meses. alguns analistas preveem alta de até 7,5% nos alimentos este ano.
Os preços que mais subiram foram os da cebola (86%), da batata, (58%), da cenoura, (30%) e do arroz, que teve alta de 27%.
O Governo reconhece que precisa cortar gastos para sinalizar ao mercado. Simone Tebet, ministra do planejamento, e Fernando Haddad, da fazenda, devem levar ao presidente Lula, na próxima semana, um levantamento indicando em quais áreas podem passar a tesoura no orçamento do próximo ano.
A ofensiva de lula contra o presidente do Banco Central tem provocado reações negativas no mercado financeiro. Nos últimos cinco dias, o presidente criticou Campos Neto três vezes em entrevistas, mas Campos Neto nunca respondeu.
O comitê de política monetária encerrou o movimento de queda e manteve a taxa Selic em 10,50% para evitar aumento da inflação. A decisão levou a críticas do setor produtivo e entidades. A Confederação Nacional da Indústria afirmou que a decisão do Copom foi inadequada e excessivamente conservadora. A associação paulista de supermercados apontou que os juros altos produzem um efeito negativo sobre o consumo nos lares.