O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou, nesta sexta-feira (7), o retorno do Brasil à União das Nações Sul-Americanas (Unasul), após quatro anos fora do grupo, cuja saída foi oficializada ainda no primeiro ano da gestão de Jair Bolsonaro (PL).
O retorno, cujo decreto foi publicado no Diário Oficial da União da última quinta-feira (6), ocorre em meio às comemorações dos 100 dias do atual governo. O retorno é um desejo de Lula, inclusive com sinalizações declaradas em viagens que fez à Argentina e ao Uruguai, em janeiro deste ano.
Criada em 2008, a Unasul é uma organização intergovernamental formada por diversos países da América do Sul. Naquele período, as principais nações sul-americanas eram governadas por líderes de esquerda, como o Brasil, Argentina e Venezuela.
A Unasul foi fundada originalmente a partir de um Tratado Constitutivo, assinado em maio de 2008, pelos governos de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.
Quando Bolsonaro decidiu retirar o Brasil da organização, ele alegou “prolongada crise” no grupo. Também em 2019, na gestão de direita do então presidente Mauricio Macri, a Argentina oficializou a saída do grupo.
Agora, tanto a Argentina como o Brasil retornam à Unasul, sob o argumento de fortalecimento do subcontinente americano. Desde a posse, Lula dá declarações sobre a união econômica, social e cultural da América Latina.
“A integração e a união sul-americanas são necessárias para avançar rumo ao desenvolvimento sustentável e o bem-estar de nossos povos, assim como para contribuir para resolver os problemas que ainda afetam a região, como a pobreza, a exclusão e a desigualdade social persistentes”, indica um dos trechos do Tratado Constitutivo.