O Palácio do Planalto, sede do governo brasileiro em Brasília, determinou a retirada do corpo diplomático da embaixada do Brasil em Damasco, na Síria. A informação foi confirmada pela Band.
Segundo apuração do jornalismo do Grupo Bandeirantes, a operação para a retirada do corpo diplomático é realizada com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU).
O plano A do governo federal é levar o corpo diplomático para o Líbano. De lá, eles devem voltar para o Brasil.
Queda de Bashar al-Assad
Uma ofensiva relâmpago de poucos dias colocou fim neste fim de semana a uma das ditaduras mais sangrentas e longevas do Oriente Médio. O ditador da Síria, Bashar Assad, fugiu do país após renunciar ao cargo, poucas horas antes do grupo rebelde Hayat Tharir al-Sham (HTS) ter tomado as cidades de Homs e Damasco, os principais centros de poder do país em mãos do regime.
A televisão estatal síria transmitiu uma declaração onde o grupo afirma que Assad foi deposto. Ele conseguiu fugir do país através do Aeroporto Internacional de Damasco para um local não divulgado, antes dos insurgentes entrarem na capital e das forças de segurança nacional abandonarem o terminal aéreo.
A ofensiva de grupos rebeldes que derrubou o regime do presidente da Síria, Bashar al-Assad, foi liderada por Abu Mohammed al-Jolani, chefe do grupo islamista Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, ou HTS.
O HTS é a maior das milícias insurgentes que lutam na guerra civil da Síria. Suas origens estão na organização terrorista Al Qaeda, e ela também é considerada um grupo terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia e pela Turquia.
O grupo já teve outro nome. Em 2011, quando começaram as revoltas populares contra Assad no âmbito da chamada Primavera Árabe, era conhecido como Frente Al Nusra, então o braço da Al Qaeda na Síria.
O Ministério das Relações Exteriores afirmou que acompanha com "preocupação" a escalada dos conflitos na guerra civil da Síria. Nos últimos dias, uma coalizão de forças rebeldes ganhou força e conquistou importantes centros urbanos do país.
O posicionamento do governo brasileiro é anterior à chegada dos rebeldes do grupo Hayat Tharir al-Sham (HTS). O paradeiro do ditador Bashar Assad, que deixou a cidade-sede do governo, é desconhecido.
"O Brasil reitera a necessidade de pleno respeito ao direito internacional, inclusive ao direito internacional humanitário, bem como à unidade territorial síria e às resoluções pertinentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas", diz o comunicado do Itamaraty. "O Brasil apoia os esforços para solução política e negociada do conflito na Síria, que respeitem a soberania e a integridade territorial do país".