O governo de São Paulo suspendeu o pagamento de salário para o policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, acusado de matar o lutador de jiu-jitsu Leandro Lo. A decisão, uma portaria do Comando-Geral da PM, foi publicada na edição da última quarta-feira (10) do Diário Oficial do Estado.
Segundo o governo paulista, a medida foi adotada por causa da decretação da prisão preventiva do acusado, no dia 7 de agosto. A suspensão é retroativa, válida desde a data da decisão judicial.
“O policial está preso. Nós abrimos um procedimento disciplinar e o salário dele está suspenso. E eu não tenho nenhuma dúvida que vai terminar o processo disciplinar com a expulsão dele. Isso não representa a Polícia Militar de São Paulo. Isso não representa o esforço de treinamento e profissionalização da polícia”, disse o governador Rodrigo Garcia.
O PM se entregou à Corregedoria da PM no último dia 7 e está preso no Presídio da Polícia Militar Romão Gomes. Ele é acusado de ter matado Leandro Lo com um tiro na cabeça, após uma briga durante um show de pagode em um clube. O lutador chegou a ser socorrido ao Hospital Municipal Arthur Saboya, mas não sobreviveu ao ferimento.
Entenda o crime
O campeão mundial de jiu-jítsu, Leandro Lo, de 33 anos, foi baleado na cabeça por um policial militar de folga, de 30 anos, na madrugada do dia 7 de agosto, durante um show em um clube na zona sul de São Paulo.
Uma discussão por uma garrafa de uma bebida foi o principal motivo que causou a morte do campeão mundial. Segundo o boletim de ocorrência, a briga começou depois que o policial, que estava à paisana, pegou uma garrafa de bebida na mesa do campeão mundial de jiu-jitsu. Após o fato, os dois entraram em luta corporal, mas foram separados pelos amigos. Quando Leandro Lo voltou para a mesa, foi surpreendido pelo PM, que sacou uma arma da cintura e atirou duas vezes na cabeça do atleta.
O Brasil Urgente teve acesso a áudios que indicam que Leandro Lo já conhecia o tenente da Polícia Militar Henrique Velozo. Nos áudios, amigos do atleta de jiu-jitsu contam sobre um episódio em que os dois tiveram um desentendimento. Em outra conversa, um colega fala que Leandro relatou que o policial tentou arrumar briga com ele em outra ocasião.
O lutador foi socorrido ao Hospital Saboya em estado gravíssimo, mas teve morte cerebral. Ele foi sepultado no último dia 8 de agosto.
A Polícia Civil quer checar agora com os donos da casa de show as regras do estabelecimento para a entrada de pessoas armadas no local. Os investigadores pretendem verificar se Henrique registrou a arma antes de entrar no evento.