Um lote de insumos da China deve chegar à Fiocruz, no Rio de Janeiro, nos próximos 10 dias, segundo o governo federal. A matéria-prima vai permitir a fabricação de 7,5 milhões de doses da vacina de Oxford.
O dia foi de pressão no Ministério da Saúde. Governadores estão perdendo a paciência e exigem um calendário detalhado do programa nacional de imunização, além de novas vacinas incorporadas ao SUS.
“Qual é o número de vacinas que o Programa Nacional de Imunização do governo federal vai garantir? Que o governo brasileiro, com governo da China, possa assegurar um cronograma de compra e de entrega mês a mês de vacinas”, reclama Wellington Dias, governador do Piauí.
A equipe econômica afirma que esse é um ano de ajuste fiscal. Mas a prioridade é a vacina. Em viagem ao nordeste, o presidente Jair Bolsonaro culpou a demanda mundial pelas dificuldades em conseguir mais imunizantes.
“A Europa e alguns países aqui da América do Sul não tem vacina, e sabemos que a procura é muito grande. As vacinas começaram a chegar, e vão chegar, para vacinar toda a população, num curto espaço de tempo”, diz o presidente.
O Itamaraty confia que a China vai mandar nos próximos 10 dias a matéria prima para a Fiocruz fabricar a vacina de Oxford. São 5,4 mil litros de insumos que vão permitir a produção de 7,5 milhões de doses. Já nos bastidores do Ministério da Saúde, é dada como certa a compra de mais 54 milhões de doses da CoronaVac.
O Butantan ameaçou vender essas vacinas para outros países ou diretamente para os Estados se o governo não confirmar que vai comprar o lote. O instituto tem contrato para fornecer 46 milhões de doses, com possibilidade de adicionar mais 54 milhões de doses extras.
O Ministério afirma que, contratualmente, tem até o dia 30 de maio para responder. Até lá, prepara uma operação de guerra para a chegada de mais 10 milhões de unidades da vacina de Oxford, produzida na Índia, também nos próximos 10 dias.