Governador do Amazonas prevê início de normalização de oxigênio a partir deste sábado

Da Redação, com Brasil Urgente

Governador Wilson Lima acompanha chegada de tanques de oxigênio
Diego Peres/Secom

Em entrevista ao Brasil Urgente desta sexta-feira (15), o governador do Amazonas, Wilson Lima, prevê o início da normalização nos estoques de cilindros de oxigênio no Estado a partir deste sábado (16). Contudo, projeta uma “madrugada difícil”, racionando o estoque atual entre as pessoas internadas com estado mais grave até que se iniciem a chegada de quantidades maiores do insumo a partir da manhã.

“A partir de amanhã, a gente vai receber uma carga de 88 mil m³ de oxigênio, e aí a gente começa a normalizar a nossa rede. A partir daí, todos os dias, a gente deve ter, juntando a produção daqui e as cargas que estão chegando, uma média de 80 mil m³ por dia aqui no Estado do Amazonas. Muitas das carretas e embarcações que saíram há 5, 6 dias, estão chegando agora. A partir de amanhã, vou ter todos os dias embarcações com grande quantidade de oxigênio chegando”, explicou o governador para o apresentador José Luiz Datena.

Lima explicou que, apesar de seu governo ter projetado vários cenários de piora na pandemia, a nova onda e suas particularidades foram além do esperado pelo plano de contingência.

"Só para você ter uma ideia, hoje eu tenho o dobro de pessoas internadas do que tive no [primeiro] pico da doença”, justificou, referindo-se aos meses de abril e maio.

Além da explosão na demanda por leitos e insumos médicos – o consumo de oxigênio subiu de 15m³ para 75 mil m³ em 15 dias - Wilson Lima também atribuiu o caos na saúde estadual à época chuvosa, que aumenta a quantidade de doenças respiratórias, além da descoberta de uma nova cepa do coronavírus. De acordo com os estudiosos, a variante teria poder maior de transmissão e evolução mais rápida de alguns pacientes para quadros mais graves de saúde.

Além do novo cenário, a logística de transporte do oxigênio ao Estado também dificulta a administração desse quadro, segundo ele.

“Não é falta de recursos e não há falta de produto no mercado nacional. O problema é fazer com que esse oxigênio chegue ao estado do Amazonas. O meio mais rápido de chegar com oxigênio é através de avião, e os poucos aviões disponíveis são aviões da Força Aérea Brasileira. São aviões que precisam ser adaptados”, disse o governante.

Lima elogiou a ajuda do Governo Federal durante a pandemia e as mobilizações de artistas e outras pessoas para a situação amazonense.

“Se não fosse a ajuda do Governo Federal, pode ter certeza que nós estaríamos em uma situação bem mais difícil, bem mais complicada”, analisou.

Lima também fez críticas aos países desenvolvidos, que de acordo ele, se mobilizam quando aparecem notícias de desmatamentos e queimadas da Amazônia na mídia, mas que não sinalizaram com qualquer tipo de ajuda em meio à crise sanitária. Ele disse que apenas a Venezuela esteve em contato com o governo para oferecer oxigênio.

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