“Todo mundo canta sua terra. Eu também vou cantar a minha (...)”, escreveu o cantor e compositor maranhense, o “Poeta do Povo”, João do Vale. Neste 11 de outubro em que completaria 88 anos, se estivesse vivo, o artista que saiu do interior do Maranhão e que ganhou projeção nacional a partir da década de 1950 foi o homenageado pelo Google.
Natural de Pedreiras, Leste do Maranhão, João do Vale teve uma infância de pobreza. Em meados de 1949, saiu do estado natal para ganhar a vida no Rio de Janeiro. De baixa escolaridade e alfabetização comprometida, o preto nordestino tornou-se referência cultural brasileira ao adotar a simplicidade no que compunha.
A dura realidade no sertão ilustrou versos e estrofes de canções como “Todos Cantam Sua Terra”, hoje famosa na voz de Alcione, “Carcará”, que projetou Maria Betânia e já foi interpretada por Chico Buarque, “Pipira”, na voz de Nara Leão. As parcerias do compositor maranhense foram inúmeras naqueles 30 anos em que viveu no Rio de Janeiro.
São mais de 200 músicas registradas no nome do artista maranhense, além de tantas outras vendidas. Apesar de todo o sucesso estrondoso, o “Poeta do Povo”, em 1996, morreu quase tão pobre quanto na época em que fugiu de casa em busca de uma vida melhor. João do Vale chegou a ser internado em decorrência de um derrame. Na época, o governo do Maranhão decretou luto oficial de três dias.
No estado, alguns prédios públicos recebem o nome do compositor, a exemplo do Teatro João do Vale, localizado no Centro Histórico de São Luís. Em Pedreiras, há parque, museu e monumento em homenagem a ele. Em 2017, o musical “João do Vale: O Gênio Improvável” estreou na capital maranhense e ganhou os palcos de outros estados também, como em Teresina, no Piauí.
