O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes disse que não vê obstáculos para a candidatura de Lula em 2022. "Me parece que não há empecilho legal", afirmou ele em entrevista a José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes.
O ministro explicou que as decisões favoráveis ao petista no STF não devem ser discutidas novamente na Corte e que as denúncias dependem análise na 1ª instância de Brasília.
"Dificilmente haverá decisão de 2ª instância antes das eleições, de modo que não me parece possível aqui aplicar a lei da ficha limpa", disse ele.
Gilmar afirmou que não acredita em um golpe de Bolsonaro caso ele saia derrotado em 2022 e disse confiar nas Forças Armadas: "Eu espero que essa caminhada democrática prossiga com erros e acertos".
Ele voltou a defender a segurança das urnas eletrônicas e rechaçou a tese de fraude nas eleições de 2014 e 2018, como Bolsonaro tem acusado sem provas. Gilmar, entretanto, pede uma campanha para tirar dúvidas e aumentar a confiabilidade da população nas urnas eletrônicas.
CPI da Pandemia
Gilmar Mendes apoiou o trabalho da CPI da Pandemia, mas disse que gostaria de ver uma condução mais técnica. Ele contou que sugeriu a Bolsonaro no ano passado a criação de um gabinete de crise.
O ministro analisou que houve hesitação na compra de vacinas, mas disse que a CPI deve apontar muito mais para soluções do que para responsabilizações.