Gerente da Anvisa lamenta ataques recebidos após aprovação da CoronaVac

"Não há motivo para questionar ou duvidar da nossa integridade como servidores públicos", disse Gustavo Mendes

da Redação com Rádio Bandeirantes

Gustavo Mendes, gerente-geral de medicamentos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), disse nesta sexta-feira (21) em entrevista à Rádio Bandeirantes que “só lamenta” os ataques que os técnicos têm recebido, inclusive depois da aprovação da CoronaVac, vacina contra covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan, em crianças

“Têm sido dias de muito desafio. O sentimento é de muita firmeza com a decisão que tomamos e com todas as decisões que temos tomado para as vacinas. Estamos cientes de que, para aprovar, usamos métodos científicos, métodos técnicos rigorosos, e que não há motivo para questionar ou duvidar da nossa integridade como servidores públicos. Os ataques que recebemos só lamentamos. Muitas vezes não compreendem o teor das nossas decisões”, declarou ao Manhã Bandeirantes

Mendes ressaltou que a aprovação teve como referência dados apresentados pelo Butantan que usaram números de um estudo realizado no Chile envolvendo milhões de crianças. A aplicação do imunizante, no entanto, foi autorizada para a faixa de 6 a 17 anos e não de 3 a 17, como havia sido solicitado pelo instituto.

“Sobre a população de 3 a 6 anos, ainda temos dados limitados para mostrar o desempenho. Sabemos que, para crianças, cada faixa etária importa. Por isso precisamos de um acompanhamento maior”, explicou, ressaltando que já existem estudos em andamento que podem, futuramente, ampliar o público-alvo da vacinação. 

Vídeo: Anvisa aprova CoronaVac para crianças

Pfizer ou CoronaVac?

Questionado sobre as diferenças entre as vacinas da Pfizer e da CoronaVac contra covid-19, o gerente da Anvisa ressaltou que ambas são seguras e não é possível dizer que “uma é melhor que a outra”. 

A dúvida tem sido levantada por parte dos pais devido à diferença na dosagem e na formulação dos imunizantes para crianças. A Pfizer aplicada no público infantil usa a tecnologia de RNA mensageiro, mas com composição diferente daquela dos adultos. Já a CoronaVac usa o vírus inativado, com mesma composição da utilizada em adultos. 

“Nosso critério leva em conta a segurança. Todas que aprovarmos serão seguras. Não há como se falar que uma é mais adequada que a outra. Nossa questão é a segurança (…). E, para uma agência reguladora, o norte será sempre a menor dose com a melhor resposta. As diferenças são absolutamente normais, cada tecnologia tem uma característica específica.”

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